por katia maia
Ao ver na televisão,
essa manhã, a história do policial civil que surtou em uma cidade próxima à
Brasília, constrangendo o dono e os funcionários de uma padaria e abordando
pessoas nas ruas e as obrigando a comer lixo e outros constrangimentos mais, eu
nem imaginava que em menor grau, também protagonizaria uma ação de
constrangimento à minha pessoa por parte de um agente do Detran.
Talvez você, que está lendo esse texto, avalie (ao final) que eu estou
sendo rígida demais e fazendo tempestade em um copo d’água, mas a verdade é que
me senti constrangida pela forma e pela falta de propósito da abordagem do
agente do Departamento de Transito do DF.
Por volta da 8h15 da manhã dessa terça feira, (1/10) eu
transitava pelo parque da cidade, à altura do Pavilhão de Exposições, parei em
frente à faixa de pedestre para que uma pessoa atravessasse. Quando o pedestre
terminou a travessia e eu dei a partida, um agente do Detran, na moto placa JHL
8348, saiu da lateral direita da pista e
fez uma conversão bem em frente ao meu carro sem nenhum aviso de sirene ou
sinalização.
Tive que parar e esperar o referido agente terminar sua
manobra, e depois segui meu trajeto. Foi quando, para minha surpresa, o agente
fez a volta, ligou a sirene (agora sim, ele ligou a sirene) e veio atrás do meu
carro. Mandou que eu encostasse e começou um diálogo absurdo:
Ele me perguntou:
- A senhora fez cara feia para mim?
- Não senhor, não fiz cara feia para o senhor. Respondi e
completei: por que, o senhor está interpretando a minha feição?
- A senhora não viu o pedestre atravessando? Ele continuou.
- Sim senhor, eu vi o pedestre atravessando. Tanto é que
parei o meu carro para que ele pudesse passar. O que eu não vi foi o senhor
saindo de repente na minha frente, sem aviso nenhum para, de moto, fazer a
mesma travessia do pedestre. Falei
- A senhora por um acaso ficou insatisfeita porque estou
trabalhando. Eu estou fazendo o meu trabalho! disse ele, já meio irritado.
- Não senhor, o que eu não vi, repito, foi o senhor sair de
repente para atravessar com a moto na minha frente. Repeti.
- Eu estou fazendo o meu trabalho! Reclamou ele.
- Sim senhor, eu também sou cidadã e estou indo para o meu
trabalho. Eu disse e emendei: só não entendi por que o senhor me abordou agora.
- Porque a senhora fez cara feira e ficou insatisfeita com o
meu trabalho. Disse ele.
- Não senhor, não fiz cara feia, estou indo para o meu trabalho, aliás, bem tranqüila porque o dia está nublado e eu adoro dia com nuvens. Eu disse na maior calma, justamente para não dar motivos para que ele novamente interpretasse (talvez) a inflexão da minha voz.
Ele ligou a moto e saiu. Sem mais falar ou se despedir.
Claro que fiquei atônita e surpresa com o ocorrido. Bom, ao chegar no trabalho, nervosa e chateada com essa terça feira que começou com a cara de segunda, recorri à ouvidoria do órgão para registrar minha reclamação. Por um motivo apenas...
Como assim? Como assim, um agente do Detran pode me abordar,
me constranger na frente do meu filho porque IMAGINOU QUE EU FIZ CARA FEIA????
Eu estava dentro do meu carro, com o meu filho, indo deixá-lo na escola, e seguindo para o meu trabalho. Eu, uma cidadã, profissional liberal, trabalhadora, em dia
com minhas obrigações que não são poucas (principalmente as tributárias, que
nos arrancam o couro para pagar os salários e as despesas do setor público) não
entendo por que um agente do Detran pode me CONSTRANGER E ME ABORDAR PORQUE
IMAGINOU QUE EU FIZ CARA FEIA!!!!
Reclamação feita, agora é esperar! |
Escrevi no site da ouvidoria: gostaria de registrar a minha reclamação contra esse agente
que pilotava a moto placa JHL 8348 NO PARQUE DA CIDADE, POR VOLTA DAS 8H15 DA
MANHÃ E IMAGINOU QUE PODERIA ABORDAR UMA CIDADÃ SÓ PORQUE ELE FICOU
INSATISFEITO COM A SUA CARA!!! Isso, no meu ver é abuso de poder !
E para mim, houve um
constrangimento à minha pessoa.
Espero, sinceramente que essa tenha algum efeito e que no
mínimo, as AUTORIDADES do transito saibam até onde vai a sua liberdade de
abordar um cidadão sem justificativa alguma OU SOMENTE PORQUE ELE IMAGINOU QUE
NÃO GOSTOU DO QUE VIU.
Tanto não tinha nenhum motivo para eu ser abordada que o tal
agente ligou a moto e saiu da abordagem à minha pessoa sem sequer pedir algum
documento ou apresentar qualquer notificação. Ele me abordou por pura picuinha
para se sentir poderoso, talvez.
Sugiro mais gentileza
e que a autoridade seja usada para quem realmente anda fora da lei, não
para quem o agente IMAGINA que fez cara feia. Isos é, no mínimo, desperdício de tempo e de aparato policial.
Desde já agradeço a atenção e
aguardo (sinceramente) um retorno dessa ouvidoria. Escrevi: att; katia maia