segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Que vengan los extranjeiros!


por katia maia

E por falar em polêmica, o que dizer da vinda de médicos estrangeiros para o Brasil? Olha só, não entendo nada de medicina. Meus conhecimentos ficam por conta de ser filha de médico e de precisar dos serviços de profissionais de saúde sempre que ela própria (a saúde) vai mal.
Acontece que, como filha de médico, vivi durante muito tempo no interior do país, onde meu pai exercia a medicina. Lembro-me das condições precárias que havia na cidade de Barreiras, na Bahia que, na época, não tinha sequer telefone ou televisão. Era um fim de mundo. Mas, para lá meu pai foi como médico do exército para servir no Batalhão de Engenharia e Construção.
Não posso falar muito dessa época pois eu tinha entre seis e sete anos, mas posso assegurar que não eram as condições ideais para um médico atuar e mesmo assim lembro-me do meu pai ter exercido sua profissão da melhor forma possível.
Não consigo entender porque um profissional recém formado não pode ir para o interior do país para dar início à sua carreira. Lá, as condições são precárias? São e a gente sabe que o Brasil está deixando muito a desejar no que se refere ao atendimento de saúde para a população em geral seja no interior ou na cidade. Mas, mesmo assim, ainda prefiro a impressão que tive na infância de meu pai, dizendo que ali, naquelas condições, ele aprendeu a exercer a medicina de verdade.
Imagino que essa colocação tenha a ver com o fato de que o médico tem que se virar para entender de tudo e para socorrer o paciente nas várias especialidades médicas. É uma espécie de 'testdrive' para o mundo da medicina. E quando digo 'testdrive' não é pejorativo. Estou dizendo exatamente o que deve ser. 
Sabemos, claro, que muitas vezes não há sequer um local para atendimento em vários municípios do país. Mas, eu não consigo imaginar que uma cidade sem nenhuma condição não mereça sequer uma pessoa qualificada para saber atender uma mãe com o filho com bronquite, com febre, ou para  reanimar uma pessoa que esteja tendo um ataque cardíaco ou sei lá o quê. Penso que um profissional qualificado nas redondezas é melhor do que nada.

Ter médicos estrangeiros é melhor do que não ter nada
Claro que o médico precisará ter estomago e muita coragem para aceitar esse desafio, mas os nossos estão realmente fugindo da raia. Então, já que é assim: que vengan los médicos extranjeiros!
Qual a polemica? Se eles querem atuar em condições precárias, ganhando os R$10 mil reais oferecidos pelo governo brasileiro e que os nossos médicos simplesmente desprezaram, por que eles não podem vir?

-  Ah, mas os cubanos virão ganhando uma miséria! Rebatem.
Ok, quanto a essa crítica, fico com uma explicação que ouvi do jornalista Ricardo Boechat que, de certa forma, me convenceu: ele comparou a vinda dos médicos cubanos com salários pagos por Cuba – o governo brasileiro repassa a grana para Cuba e essa paga o mesmo salario que seus profissionais ganham lá - com a hipótese de um país contratar a Petrobrás, por exemplo, para montar uma plataforma em seu país. A nossa empresa certamente mandaria seus profissionais com os salários que eles recebem aqui, ou pagam um salario acertado entre a Petrobrás e seus funcionários e o governo contratante, independentemente do valor que o país pagará pelo serviço. E aí? Como fica?
- Ah, mas os salários de Cuba são indigentes, como é que os médicos deles vão sobreviver aqui? Eles serão praticamente escravos. Acrescentam os críticos. 
OK, respondo eu. Nesse caso eu concordo: é preciso ver se esses profissionais terão um plus nos salários para que vivam dignamente aqui, dentro do custo de vida brasileiros.  Essa é minha única ressalva. 

No mais, o que vejo é um corporativismo de médicos que não querem fazer parte do programa e não querem que outros aceitem.  Aliás, se existe uma classe que se une e se defende essa é a médica.  O problema, é que essa é uma área que mexe com a saúde das pessoas e que convive com o risco de morte a todo instante. Não dá para fazer beicinho e ficar de birra para que outros n!ao venham. Uma picuinha do tipo: eu não quero mas ninguém pode querer.
E é isso que está acontecendo. Cegos na defesa uns dos outros, os médicos e seus conselhos chegam ao cumulo de aconselhar outros médicos a não salvar uma vida se o paciente tiver passado pelos cuidados de profissionais estrangeiros e esse de alguma forma tiver cometido um erro. A sugestão partiu do  de um membro conselho de medicina de Minas Gerais. "Vou orientar meus médicos a não socorrerem erros dos colegas cubanos", disse o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), João Batista GomesSoares. Esse sim, é um doente (mental). "

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Corra para pegar a próxima fornada!



Por katia maia

Eu acredito muito fortemente que o homem - depois de ter ido tão longe na mecanização, na padronização, na busca pela produção em escala comercial – está agora se voltando para o exclusivo, o diferente, o feito com carinho e para poucos.
Posso dizer que gosto da ideia e que acredito que essa onda tenha começado com os orgânicos, com a linha mais natural e como o contraponto à generalização. Hoje, encontramos os mesmo produtos produzidos pelas industrias  mas em versões cult e diferenciadas.
Nessa linha, quero compartilhar a minha mais recente descoberta: brownies! Isso mesmo, brownies feitos especialmente para quem busca o sabor do autentico bolinho.
Aqui, cabe um parêntese e minhas desculpas com a palavra ‘bolinho’. Afinal, nem sei se posso chamar o brownie assim. É que na gastronomia, eu estou mais para apreciadora do que para a conhecedora de temperos, misturas, receitas ou alquimias. Afinal, se fosse fazer uma analogia com o ciclismo- que eu adoro – sou uma autentica ‘pau de rato’ na cozinha. Nem de longe serei uma ciclista, fico na rabeira, quase pulando fora.
Bom de volta ao que importa, eu gostaria de apresentar os Brownie Bites. Minha mais recente descoberta e que (vai por mim) tenho certeza que irá bombar . Eles são uma criação da Mari Velasco e Nara Lacerda, essa segunda colega de profissão, portanto, jornalista.
As delícias: a unidade custa R$ 3,00
O brownie bites surgiu da persistência em busca do “autêntico brownie” . Nara explica que  a “Mari tem paixão por brownie e não conseguia encontrar um que fosse a perfeita tradução do tipo que ela mais gostava, o americano, molinho por dentro e crocante por fora”, explica.
A receita foi, então, sendo testada e aprimorada, sempre com produtos orgânicos e de primeira linha.  A mistura tem, na verdade “os segredos da Mari de temperatura, tempo de cozimento e produtos utilizados”, explica Nara.
Mari e Nara no Pic Nik
Na sequencia de experimentações, Mari começou a fazer os brownies para levar para o trabalho, e sempre que tinha jantares em sua casa, reuniões com os amigos etc. “As pessoas começaram a cobrar. Quando a gente ia a algum encontro ou mesmo nossos amigos vinham aqui em casa, eles sempre cobravam a presença dos brownies. Até quando a gente tinha sobremesa, eram os brownies que eles queriam”, diverte-se Mari.


Festa para todos no Pic NIk

O jeito foi começar a vender e no boca a boca, a fama do Brownie Bites bateu à minha porta. Não resisti. Encomendei logo cinco e foi pouco. No meu trabalho, os bolinhos foram um sucesso. 
Sucesso que agora pode ser encontrado em eventos da cidade como o PIC NIK – a marca Brownie Bites participou do evento duas vezes: no CCBB  e  no estacionamento da Sala Furnarte. Esse último no dia 17/08.
Eu recomendo, é delicioso e quase exclusivo porque as meninas ainda mantém a produção artesanal, então corre e encomenda os seus antes que acabe a próxima fornada.


Serviço:
Brownie Bites
Encomendas pela página no Facebook



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

It fits perfectly well! A combinação é o que conta.


por katia maia
#cafesquevisito
Outro dia voltei no Ernesto Cafés Especiais. Voltei, porque gostei, claro! E é bom quando a gente vai num lugar e se sente bem. Assim é o Ernesto Café.  A primeira vez que fui lá, estava seguindo a indicação de uma revista, dessas que fazem o roteiro de lugares a visitar na Capital do País.
Confesso que vou sempre nesses locais meio desconfiada, porque sempre acho que a dica vem carregada de interesses outros, ou (menos) que a revista precisa preencher a agenda e termina incluindo locais que nem são tão bons assim.

Bolo de Limão Siciliano com Iogurte (fatia)
Por isso, e não mais do que isso, eu gosto de conferir pessoalmente. Fui, gostei e voltei.
Dessa vez, num fim de tarde de um sábado quente e seco do Planalto Central. Marquei com uma amiga para colocar o papo em dia lá  e a escolha não podia ter sido melhor.
O Ernesto Café tem um ambiente bem acolhedor. O balcão, na entrada, é bem convidativo. Aliás, da primeira vez que fui, não havia mesas disponíveis e a minha amiga chegou um pouco atrasada e eu me sentei no balcão. Peguei um jornal do dia, a sessão de cultura e nem vi o tempo passar. Pedi um café, claro e observei a fatia de bolo de um casal que estava sentado ao meu lado. Era o bolo do dia. Não tive dúvidas, aquele seria meu pedido!

Café curto

Minha amiga chegou e lanchamos despreocupadamente.
A volta foi com a mesma amiga e o Ernesto foi uma escolha de ambas. Gostamos de lá.  Dessa vez, quando cheguei, ela já me esperava e tinha conseguido mesa (no happy hour, pelo que percebi, o local é disputado).
Para variar e seguir uma linha cool soft da tarde, pedi uma fatia do Bolo de Limão com cobertura e um café curto. Estava uma delícia. Bom, eu adoro, bolo de limão e, nesse caso, sou absolutamente suspeita para falar, mas, ele estava perfeito com o café curto. O doce do bolo foi compensado pelo café e voilá! It fits perfectly well
Chocolate quente (realmente) cremoso
Minha amiga inverteu o meu pedido: preferiu uma chocolate quente e uma pão na chapa.
- Adoro Pão na chapa! Soltou ela animadamente quando o pedido chegou e imediatamente depois de dar uma boa mordida no dito cujo, aventurou-se na xícara quente.

Pão (francês) na chapa com manteiga 

- Esse chocolate é realmente cremoso! Foi o que ela disse e com a colher tirou uma porção do chocolate e o deixou escorrer de volta na xícara. Realmente, a consistência era absolutamente cremosa. Ponto!
Nos deliciamos com nossas escolhas. Lá pelas tantas, enquanto eu saboreava cada garfada do meu bolo
de limão, ela pediu para provar:
- Nossa, está muito doce! Exclamou.
- Não. Retruquei. Acho que você está achando muito doce porque está tomando o chocolate cremoso. Eu estou balanceando com o café e está ótimo.
-       Tem razão, vou pedir um café. Assim, eu provo o bolo com um café.

Café Carioca

-      Dito e feito, pedimos dois cafés carioca e ela se aventurou novamente no bolo de limão e admitiu:
- Ficou bem melhor.
Bom, dito isso, qual a moral? A combinação é o que conta. Pode ser a receita real com as glórias do melhor chef. Se a gente não acerta na companhia, It doesn’t work! Isso vale, inclusive para a vida.

Serviço:
Ernesto Cafés Especiais
(61) 3345-4182 ‎ 

Calo-me...(da série #resgates)

*A partir de hj, sempre que eu resgatar algum texto meu escrito e não publicado, vou postar aqui. O que é escrito é para ser publicado....