Toquinho, para mim, sempre será Toquinho e Vinícius de
Moraes, não há nem o que falar. Ele é eterno.
Agora quando vi a combinação “Toquinho e Paulo Ricardo
cantam Vinícius”, achei a química estranha. Mas, no ímpeto de amigos e na
vontade de rever um show do Toquinho (que adoro, aliás), me animei com a idéia.
Claro que o show foi bom. Quando Toquinho entrou, cantando
clássicos como “sei lá, a vida tem sempre razão”, eu tive a certeza de que
queria estar ali.
A vida tem mesmo sempre razão e aquilo que parecia uma
“insensatez” me surpreendeu. O repertório de Vinícius é incontestável e as
canções que Toquinho canta de sua própria autoria – Aquarela e Caderno – são
clássicos que há muito permeiam a vida de muita gente.
A minha pelo menos. Me recordo do meu filho mais velho,
pequenino ainda, curtindo bastante as músicas de Toquinho. Hoje, ele (meu
filho, já adolescente) deixou o Toquinho um pouco de lado (para minha tristeza
e vive ouvindo essas coisas horrorosas que chamam de música e que nada mais são
do que o empobrecimento da música com os
tchá, tchum, tchá tchum.... Paraparapapá, tche, tchê, tchê rê rê... Argh!.
Bom voltando ao show. Fomos eu, e três amigos, admirar a boa
música popular brasileira de qualidade e não me arrependi.
O show começa somente com Toquinho e confesso que torci para
continuar assim, mesmo sabendo que uma hora o seu parceiro no palco entraria. O
Paulo Ricardo nesse dueto é quase uma interrogação do tipo: qual é a química ou
o link nessa dupla?
Confesso que não descobri - mesmo depois de ver todo o show.
O Paulo Ricardo é um triste arremedo do que um dia tentou ser, e cantando
Vinicius de Moraes! É quase como perguntar: sim e aí?
Paulo Ricardo precisa dar um F5 na vida e se atualizar. Ele
continua com a mesma postura e o mesmo cabelinho dos anos 80, com um detalhe:
tem 50 anos e não é mais aquele rapaz do “Olhar 43” , aquele assim meio de
lado, indo embora, louco por você...
O show tem dois momentos em que cada um dos intérpretes faz
uma apresentação solo. O Toquinho, claro com músicas dele e o Paulo Ricardo...
Bom, eu esperava que ele cantasse (pelo menos) alguma coisa da época do RPM,
até porque ele não teve nenhum outro momento marcante na carreira senão aquele.
Esperava que cantasse (talvez) “London, London”, só para constar. Qual o quê!
Ele inventou de cantar músicas em inglês. Uma delas, do Elton John. #Oi?
#basicamente #comoassim?
Bom, no mais, aconteceu o que era esperado. O Paulo Ricardo
tentou justificar a sua presença nesse dueto e atuou no show como (quase) um
mestre de cerimônia. Ele introduzia algo sobre alguma música e pedia para o
Toquinho contar a história da composição. Histórias que, claro, o Toquinho
viveu. Histórias de quem tem conhecimento de causa, porque ele, sim, fez parte da
época Vinícius – Tom.
Resumo da ópera: me diverti muito (sim!), analisando a
falta de performance do Paulo Ricardo, me satisfazendo com a voz e o violão de
Toquinho, que sempre gostei, e me deliciando com as composições de Vinícius que
são sempre a certeza de sucesso.
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