Claro que eu sei perfeitamente a diferença que existe entre mim (e milhares de brasileiros, mortais contribuintes que mensalmente penam para ficar em dia com suas dívidas) e um ministro de estado como o da Casa Civil, Antonio Palocci.
Mas, particularmente um ponto me chamou a atenção nos últimos dias. É dito e sabido que Palocci está numa saia justa com o enriquecimento extraordinário de sua empresa no ultimo ano e, pior, com a fantástica quantia de R$ 10 milhões em apenas dois meses. Justamente no período este em que já estava na coordenação de transição entre os governos Lula e Dilma.
Antes de ir adiante, queria abrir um parêntese e deixar claro que tive admiração pelo Palocci. Achava-o (até) um cara centrado, bem intencionado e focado. Gostei da condução que ele deu á política econômica no inicio do governo Lula.
Na época, tive a oportunidade de assistir a algumas reuniões de coordenação que o Lula promovia com os ministros e o Palocci era sempre coerente com suas colocações. Eu achava ele super ‘ok’ (confesso).
Mas, claro, não deixei de me indignar com a história do Francenildo (o caseiro). É feio tropeçar nas próprias pernas. Mais feio ainda é insistir no erro e repetir.
Bom, mas agora, a história é outra. É o enriquecimento rápido que incomoda e que requer explicações. Como o Palocci comprou – por meio de sua empresa – um apartamento de R$ 7 milhões?
- Pois é ministro, como?
Isso é o que me faz diferente de Palocci. Primeiro porque não tenho essa quantia para comprar qualquer imóvel – mas isso todo mundo já sabe. Meu contracheque e minha declaração de Imposto de renda mostram isso perfeitamente.
O segundo ponto é o mais interessante: é que diferentemente do que está ocorrendo com o ministro, eu fui no passado, procurada pela Receita Federal para explicar como eu tinha comprado um apartamento que destoava da minha capacidade financeira.
Lá pelos idos da década de 90, eu comprei um imóvel de três quartos em Brasília, na Asa Norte, com 148 metros quadrados. Um sonho. Na época eu era casada. Na época meus pais e os pais do meu esposo fizeram um esforço concentrado, ajudaram o jovem casal que, por sua vez, raspou o tacho com 13º salário, FGTS, economias, férias e o que mais viesse. Mesmo assim, não inteirou dois anos para que o fisco batesse à nossa porta.
Queria sabe como eu (e meu digníssimo) tinha comprado aquele apartamento?
Pois é Receita Federal. Eu tive que rebolar para comprovar. Afinal, havia uma parte do dinheiro proveniente de doações paternas.
Na época, o mundo era menos digitalizado. Tive que correr atrás de extratos bancários para copmprovar que havia um dinheiro na conta do meu pai e do meu sogro, que havia saído da conta deles, que havia ido para a nossa (do casal) e que isso justificava a compra.
Foram necessários quase 10 meses para que os microfilmes dos extratos bancários fossem disponibilizados. Nesse período, o fiscal da Receita nos procurava freqüentemente. Em cada encontro, ele percebia que eu não era laranja, não desviava, não lavava, não enxaguava ou passava dinheiro. Mesmo assim, ele repetia:
- Eu sei, mas preciso de provas.
Mas, particularmente um ponto me chamou a atenção nos últimos dias. É dito e sabido que Palocci está numa saia justa com o enriquecimento extraordinário de sua empresa no ultimo ano e, pior, com a fantástica quantia de R$ 10 milhões em apenas dois meses. Justamente no período este em que já estava na coordenação de transição entre os governos Lula e Dilma.
Antes de ir adiante, queria abrir um parêntese e deixar claro que tive admiração pelo Palocci. Achava-o (até) um cara centrado, bem intencionado e focado. Gostei da condução que ele deu á política econômica no inicio do governo Lula.
Na época, tive a oportunidade de assistir a algumas reuniões de coordenação que o Lula promovia com os ministros e o Palocci era sempre coerente com suas colocações. Eu achava ele super ‘ok’ (confesso).
Mas, claro, não deixei de me indignar com a história do Francenildo (o caseiro). É feio tropeçar nas próprias pernas. Mais feio ainda é insistir no erro e repetir.
Caso 01 - o caseiro Frnacenildo |
Bom, mas agora, a história é outra. É o enriquecimento rápido que incomoda e que requer explicações. Como o Palocci comprou – por meio de sua empresa – um apartamento de R$ 7 milhões?
- Pois é ministro, como?
Isso é o que me faz diferente de Palocci. Primeiro porque não tenho essa quantia para comprar qualquer imóvel – mas isso todo mundo já sabe. Meu contracheque e minha declaração de Imposto de renda mostram isso perfeitamente.
O segundo ponto é o mais interessante: é que diferentemente do que está ocorrendo com o ministro, eu fui no passado, procurada pela Receita Federal para explicar como eu tinha comprado um apartamento que destoava da minha capacidade financeira.
Caso 02 - 20 milhões de reais! |
Lá pelos idos da década de 90, eu comprei um imóvel de três quartos em Brasília, na Asa Norte, com 148 metros quadrados. Um sonho. Na época eu era casada. Na época meus pais e os pais do meu esposo fizeram um esforço concentrado, ajudaram o jovem casal que, por sua vez, raspou o tacho com 13º salário, FGTS, economias, férias e o que mais viesse. Mesmo assim, não inteirou dois anos para que o fisco batesse à nossa porta.
Queria sabe como eu (e meu digníssimo) tinha comprado aquele apartamento?
Pois é Receita Federal. Eu tive que rebolar para comprovar. Afinal, havia uma parte do dinheiro proveniente de doações paternas.
Na época, o mundo era menos digitalizado. Tive que correr atrás de extratos bancários para copmprovar que havia um dinheiro na conta do meu pai e do meu sogro, que havia saído da conta deles, que havia ido para a nossa (do casal) e que isso justificava a compra.
Foram necessários quase 10 meses para que os microfilmes dos extratos bancários fossem disponibilizados. Nesse período, o fiscal da Receita nos procurava freqüentemente. Em cada encontro, ele percebia que eu não era laranja, não desviava, não lavava, não enxaguava ou passava dinheiro. Mesmo assim, ele repetia:
- Eu sei, mas preciso de provas.
p.s. o processo (meu) só se encerrou quando consegui (finalmente) mapear o caminho do dinheiro – da conta do meu pai, para a minha conta, para a conta do proprietário do imóvel. Tudo documentado numa época em que o mundo não era tão online. Agora, por que o ministro não abre suas contas e revela de onde veio o dinheiro que o possibilitou comprar um imóvel de R$7 milhões?
É isso que me faz diferente do Palocci. Eu, pelo menos, estou tranquila e pobre (rs).
Post absolutamente pertinente! Já me perguntei inúmeras vezes cadê a receita federal nessa história toda.
ResponderExcluirpois é vanessa. A receita FEderal me encontrou. Resta saber se ela quer encontrar o Palocci tb. bjbjbj
ResponderExcluirPois eu vou lhe contar já que você não sabe!
ResponderExcluirO Palocci tem um papai e uma mamãe.
A mulher do Palocci tem um papai e uma mamãe.
Aí o papai do Palocci e o papai da mulher do Palocci juntaram um dinheirinho e deram para ele comprar o apartamentinho.
Simples Assim!
P.S.: A Receita já sabe do seu IPhone e do seu tênis twitteiro Dona Kátia?