quinta-feira, 30 de maio de 2013

Faroeste Caboclo - um romance na Brasília dos anos 70/80


Por Katia Maia
#Gostei
O que dizer de um filme que saiu de uma música? E, mais, se essa música for uma espécie de marca registrada de uma época, numa capital de um país? Faroeste Caboclo é um filme é isso: um filme bem feito sobre uma história criada por um ídolo de uma geração e que falava a língua que a gente se identificava plenamente.
Ontem, fui assistir à pré estreia do filme Faroeste Caboclo, um filme que traduz de forma fiel a história de João do Santo Cristo,  um garoto que queria ver o mar e as coisas que ele via na televisão. 
Ao assistir o filme, a gente vai aos poucos reconhecendo os trechos da música e como se ouvisse a letra vai se envolvendo com a história. O romance entre um jovem pobre, negro e sonhador representado por Fabrício Boliveira (João do Santo Cristo) e a menina Maria Lúcia (Issis Valverde) rica e filha de senador é traz a crítica social que a própria história carrega independentemente de qualquer enredo.
Fabrício Boliveira e Issis Valverde
O filme retrata bem uma Brasília da década de 70/80. Para mim, que cheguei em Brasília justamente nessa época, o filme foi mais do que o romance, foi uma viagem no tempo.  Bem ambientado, a gente passeia por uma Brasília com ruas quase desertas e com jovens na esplanada bebendo e tocando violão.
As bandas da época aparecem como pano de fundo e o drama entre Maria Lúcia e João do Santo Cristo vai envolvendo a gente numa trama carregada de drogas, disputas do tráfico e a ternura do amor entre os dois.
Felipe Abib como Jeremias
O fim, a gente já sabe – está escrito na música. O clima de Faroeste Caboclo no final lembra um pouco os filmes a la Tarntino. Uma realidade meio tosca e forte, com sacos de cocaína sendo estouradaos na cabeça do traficante Jeremias. Aquele que ‘organizou a rockonha e fez todo mundo dançar’.
Duelo final
No final, o duelo e o fim do casal que morre junto. Um filme bem feito, baseado numa letra de música que já veio com o roteiro pronto de uma história que retrata bem a vida de milhares de brasileiros que são empurrados para o crime quando na verdade “só queria era falar pro presidente
Pra ajudar toda essa gente que só faz...

Sofrer...









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Calo-me...(da série #resgates)

*A partir de hj, sempre que eu resgatar algum texto meu escrito e não publicado, vou postar aqui. O que é escrito é para ser publicado....