Você, COM fronteiras |
por katia maia
A gente sabe
que lidar com operadoras de telefone móvel no Brasil é um verdadeiro parto! Ninguém
tem a ilusão de que tudo o que é dito nas propagandas é compromisso e é
cumprido.
Tem sempre uma pegadinha que mostra a você que nada é exatamente do
jeito que deveria ser. Eu mesma já rodei por quase todas elas e falo com
propriedade que, para mim, é tudo a mesma coisa.
Só muda a marca porque o
discurso, as facilidades na hora de entrar, as dificuldades enquanto
permanecemos na operadora e finalmente a
satisfação momentânea quando cancelamos a nossa conta e passamos para uma outra não dura nada, porque começará o perrengue todo novamente.
Pois bem,
dito isso, e deixando claro que não sou alguém que tem implicância com essa ou aquela
operadora, mas com TODAS ELAS porque para mim, nenhuma presta e só tenho conta
de celular porque esse é um mal necessário, quero dizer que – quando eu
imaginava que nada mais me surpreenderia – eis que vem a TIM e me mostra que a capacidade das operadoras
vai além de nossa imaginação SEM FRONTEIRAS.
Você, com fronteiras. |
Eis que, ao
trocar um aparelho de telefone melhor, ao fazer um upgrade no dito cujo, percebi que
precisava de um chip diferente, o NANO.
Até aí, tudo bem. Acontece que a troca
de aparelho aconteceu numa sexta-feira, às vésperas de uma viagem de Brasília
para o Rio de Janeiro. O aparelho foi comprado de um particular e precisávamos
apenas do chip. Como estávamos em cima da hora, deixamos para comprar o chip no
aeroporto. Primeira surpresa: não existem lojas de celular nos aeroportos.
“Ok. Até aí,
também tudo bem. Compraremos o chip no Rio”, pensei. Afinal, o mundo é online,
conectado, sistemas interligados, SEM FRONTEIRAS! Alegre, feliz e satisfeita,
certa de que não haveria problema algum em realizar a operação na cidade
maravilhosa, mesmo sabendo que a conta era de Brasília, não me preocupei.
No Rio,
começamos a saga por um chip nano para colocar o mais novo brinquedo
para funcionar. Na primeira loja, em Ipanema, fomos informados que a compra do
chip só seria possível em uma loja da própria operadora e não numa revendedora.
Ok. Tudo bem, justo. Deixemos para ver isso amanhã, pois já era sábado e estava
tarde. Descobrimos que havia uma loja da própria TIM, SEM FRONTEIRAS no
shopping Leblon.
Você, com fronteiras. |
Como eu
havia ido para a cidade maravilhosa para correr a Meia Maratona do Rio e não
para correr atrás de chips nano da TIM. Ficou acertado que compraríamos o chip
no domingo. Depois de correr os 21k, tarefa cumprida, banho tomado e barriga
cheia. Vamos comprar o tal chip. Pegamos um ônibus, nos mandamos para o Leblon
e finalmente: uma Loja da própria TIM, SEM FRONTEIRAS!
Na loja,
feliz da vida, explicamos ao vendedor que éramos de Brasília e precisávamos
comprar um chip nano na conta 61. Foi aí que vi o bordão da TIM mudar
radicalmente e mostrar que dessa vez a mentira era maior ainda. Uma operadora SEM
FRONTEIRAS não poderia me vender um chip além das fronteiras e dos limites do seu estado! “Eu sei,acho isso um absurdo, concordo com vocês”, me disse o
vendedor. “Mas, não vendemos chips de outro estado”, tentou explicar.
“Mas, peraí.
O mundo não é interligado, os sistemas não falam entre si. Quando eu saio de um
canto e vou para outro, minha conta num é monitorada, a TIM não é moderna, o mundo não é SEM
FRONTEIRAS?”, disparei.
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“É, mas
infelizmente, essas fronteiras, esses limites, a TIM TEM”, disse o vendedor, encerrando o assunto, não a minha indignação. Deixamos a loja, absolutamente frustrados com a falta de tecnologia para
resolver um problema simples.
Agora, reflito: quer dizer que, se eu viajar de férias,
com previsão de ficar fora de casa por um período mais longo e perder o meu
celular, não poderei comprar um chip com o meu número, porque estou fora das
FRONTEIRAS da TIM BRASÍLIA? Me explica isso produção...
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