Não teve dúvida. Clicou com o cursor em cima do espaço escrito ‘tweet’ e mandou ver. Estava orgulhosa de repassar aquela informação. Tinha acabado de ouvir pelos corredores dos órgãos públicos daquela república incrustada no meio do oceano de politicagem e ‘maracutaias’.
Não se sentia mais isolada em sua baia, ou seria baía? Estava interagindo. Ironicamente, estava repassando o que ouvia, via e sentia. Não se calara. Tinha, ainda, a certeza de que falava o que todo mundo queria ouvir.
Mas foi no momento em que deu o clique e viu a publicação na rede social que percebeu o erro (fatal para a web – no mercy): falou o que devia no lugar errado!
- Meu Deus! Pensou. Ficou nervosa, coração disparou, buscou imediatamente o espaço ‘delete’ para desfazer o descuido. Olhou, clicou, excluiu e rezou:
- Tomara que ninguém tinha visto.
Tarde demais. No mundo virtual ‘tudo é tarde demais’. Nada passa despercebido, por um segundo sequer. A mensagem já havia sido replicada. O incidente já estava instalado, divulgado, publicado, distribuído e repassado. Tudo na velocidade do pensamento e da ânsia cibernética de dar tudo primeiro antes de todo mundo.
A culpa é da moça do cafezinho
A mensagem fora publicada, na verdade, no perfil do trabalho e não no pessoal dela.
E agora? Pensou. Ficou quietinha e esperou. Segurou a respiração para não ser notada por ninguém. Ledo engano. Na web ninguém passa incólume.
O erro foi comentado, discutido, refletido e virou até tese de mestrado. Tudo pelos internautas de plantão que adoram um fuxico.
Claro que a pobre funcionária foi punida. Disse o que todo mundo queria dizer. Mas disse no lugar errado.
Pelas ruas da capital comentava-se: a culpa é do mordomo ou do estagiário? Do estagiário, claro. Ele sempre tem culpa. Pior, a culpa era da terceirizada.
- Ah, pode ter sido a moça do cafezinho.
Hipótese: ao passar pela mesa, viu a tela do computador aberta naquela página bonitinha, com um passarinho azul no alto. Acabara de ouvi no corredor comentários sobre um jogador famoso, suas chuteiras penduradas e sua relação com um político também famoso mas que o talento definitivamente era fazer belas jogadas em outro campo - mais nebuloso e menos transparente. Arriscou-se.
Dançou. A moça do cafezinho dançou!
E uma máquina substituiu a moça do cafezinho
O político menos transparente até tentou fazer gracinha da história e com alguma tentativa de humor (que lhe falta ao extremo) brincou pateticamente.
Resultado: adeus cafezinho. A república amanheceu como dantes no país de Abrantes e a moça perdeu o emprego. Uma máquina de café foi providenciada.
Descuido virtual é não perdoa. Deleta!
Quero um post assim legal para o nosso Café Veneno.
ResponderExcluirJá, agora!!!
Beijos
já providenciando heheehh
ResponderExcluirbjbjbjbbj
A sorte é que o tio Sarney é gato escaldado e não se abalou pelo comentário!
ResponderExcluire até criou um videozinho para tirar onda da situação. macaco velho é assim mesmo. ficou (até) rindo da trapalhada da moça.
ResponderExcluir///~..~\\\
Adorei, Kátia!!!
ResponderExcluirSirNey demonstrou ser um homem público sério, apenas riu da twittada.
ResponderExcluirSe eu fosse o todo poderoso (chefão) do Senado, apenas riria também, afinal o poder seria meu.
Aliás, SirNey riu da twittada ou riu do que aconteceria com a D.Maria do Cafezinho?
Imagino até SirNey pensando ao ver aquele twitter:
- Ela será demitida!
E após ver sai gargalhando alto pelos corredores do Senado Federal.
É tão bom ver que apesar de tudo SirNey mantém o bom humor.
O famoso "Marimbondos de fogo" é apenas ficção, mas um telefonema ao Presidente do STF ferra com a vida real.
SirNey sempre riu.
Riu dos fiscais do SirNey, riu do plano cruzado e agora ri horrores do Estado de São Paulo, que não pode rir por estar amordaçado.
SirNey não se abala e ri da república incrustrada na lama que espalha em sua ditadura de 4 mandatos consecutivos.
ResponderExcluirSirNey se refestela e ri de tudo!
Mas, como tudo na vida, os reinos e reinados acabam. Veja-se SirMu(barack)
///~..~\\\
Ei Katita, delícia de texto de uma jornalista antenadíssima como você.
ResponderExcluirPassando para deixar um beijo.
legal, Patty, obrigada.
ResponderExcluirbjbjbbj
Parabéns, pelo texto.
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