Ainda seremos cuspidos de vez. |
Começo a acreditar que vida e arte são uma única coisa. Claro, desde sempre nos deparamos com situações e cenas em filmes que nos levam a exclamar:
- Nossa, até parece que sou eu!
Isso me refiro a romances, histórias de dramas familiares e (até) biografias de famosos, quando percebemos que de alguma forma são pessoas tão humanas e passíveis de fraquezas e gestos grandiosos como nós mesmos.
Mas, este texto é para falar de outra coisa. De uma história que está acontecendo sob os nossos narizes e que, nesse caso, eu me pergunto, quem está imitando quem?
Há tempos vimos assistindo a filmes de catástrofes, atentados terroristas, guerras nucleares, então, nem se fala.
Aliás, me lembro que ainda adolescente, vi o filme “The Day After”. Assisti num cinema que ficava na altura da 110 sul, onde hoje há uma academia de ginástica. Esse filme foi marcante porque pela primeira vez a sétima arte retratava os efeitos de uma guerra nuclear.
Lembro-me que fiquei impressionada e ali tive a certeza de que esperar que a humanidade se acabasse por ogivas nucleares era uma questão de tempo. Voltei para casa triste, rezando para que a ‘guerra fria’ não nos levasse a um fim tão trágico e fiquei sinceramente impressionada com os efeitos especiais com pessoas explodindo com a bomba nuclear. A boma "H".
Responda rápido: 2012 ou Japão 2011? |
Pois bem, isso foi uma coisa. A primeira de muitas outras peículas retratando a realidade, aumentada, explorada na tela de cinema.
Daí para filmes com atentados terroristas, explosões, destruições e fins do mundo foi um pulo. Mas tudo era uma coisa explicita: o homem inventava armas, o material lbélico cada vez mais se sofisticava e a nossa humanidade se acabava vítima de mentes maquiavélicas que insistiam em acabar com o mundo como se o planeta se resumisse aos Estados Unidos da América.
Então... O tempo passou e a coisa ficou menos explicita e a realidade deu uma volta na criatividade. Não mais o homem explodia tudo direto e reto. Agora, o homem também destrói mas de uma forma que durante anos ficou implícita. Um efeito camuflado, uma coisa sob a membrana de uma estufa... Agora quem aparece como o ‘grande terrorista’ que explode tudo e destrói é a própria natureza.
Mais uma: 2012 ou Japão 2011? |
Os cineastas, a arte, perceberam isso e começaram a retratar tempestades, furacões, explosões agora vindas do interior do planeta e não mais de jatos supersônicos, não mais de ogivas nucleare. E então?
Tchan... tchan.. tchan...tchan!
As profecias e a vida em tempo real, no dia a dia, e não mais nas telas.
A vida é a arte. O tsunami que vemos nesse inicio de 2011 no Japão é a mais pura tradução do que tentaram fazer nos cinemas, mostrando a terra se contorcendo, com ventos devastadores e ondas assutadoras. Em 2012 – filme que preconiza o fim da humanidade por meio de grandes catástrofes naturais - o mal vem da terra que se contorce vítima de anos de descaso e indiferença de uma raça chamada humana.
A última: 2011 ou 2012? |
O homem mexeu tanto na terra que agora ela vai cuspir a todos. As fotos do Japão com estradas contorcidas, carros alagados sendo arrastados como se fossem brinquedos de criança é tudo muito impressionante e o que é pior: não são efeitos especiais, é vida real, é gente de verdade morrendo, são cidades destruídas. Ação de uma história que ao contrário do que prevêem os cineastas, não acabará de vez, mas aos poucos.
Esse roteiro ainda terá vários capítulos e o mundo vai definhar devagar levando com ele os atores dessa tragédia anunciada. Agora eiu pergunto? É vida ou é arte? It depends on...
Respostas do quiz: 1) Japão; 2) 2012; 3) Japão
Respostas do quiz: 1) Japão; 2) 2012; 3) Japão
É...
ResponderExcluirEspero que o mundo não acabe ano que vem, ainda nem escrevi O livro.