sexta-feira, 29 de outubro de 2010
A (falta de) opção que me restou.
O que dizer dessa campanha eleitoral que se encerra no domingo? Àminha cabeça só vem uma frase: ainda bem que terminou! Eu já não agüentava mais esse festival de acusações e disse me disse de parte a parte.
A minha opinião, na boa, é que a gente ficou com o pior que havia de opção. Não digo nem em relação aos nove candidatos que se candidataram nessas eleições, porque nesse departamento, aqueles cacarecos são realmente deprezíveis e não valem nem menção.
Falo é de melhores opções pelo país. Acho que o povo brasileiro merecia ter a opção de escolher entre algo melhor do que uma candidata que saiu da cartola e da cachola do Lula e um candidato que tem a cara do ultrapassado.
Não quero com isso dizer que um significa avanço e outro retrocesso. Não, não é isso. Quero dizer que para mim, um pelo outro é trocar seis por meia dúzia. São duas faces da mesma moeda. São dois produtos ruins que, independentemente de quem ganhar, não vai levar o país para mais nem para menos. Vão simplesmente continuar tocando o que já está consolidado.
Na boa, não há como voltar atrás e essas (para mim) é uma das muitas mentiras e ameaças que se levantaram nessa campanha. O Brasil hoje é outro e essa história de que pode retroceder é conversa para boi dormir. Não há como. Vivemos momentos absolutamente distintos da década de 80, 90 e até do início do ano 2000.
Se o Brasil é hoje o que é, isso tem a ver com um processo. Uma série de fatos que foram ocorrendo e que nos levaram a ser um país um pouco menos injusto e um pouco mais reconhecido no cenário internacional.
Isso tem a ver (até) com presidentes notadamente ruins como o próprio Collor que, quer queira quer não, foi quem promoveu a abertura da nossa economia e isso tem seu peso na trajetória do país até os dias de hoje.
E poraí vai: Sarneys, Itamars, FHCs e o próprio Lula. Todos com o seu ‘dark side’, nenhum totalmente bonzinho ou mauzinho.
Mas olha, dessa vez, me sinto numa sinuca de bico. Até tentei, no primeiro turno, dar uma ‘aditivada’ na Marina Silva que, eu sabia e vinte milhões de eleitoras também, não se elegeria. Mas, queríamos mostrar que não concordávamos com a eleição plebiscitária que se formava.
Marina veio e com pouquíssimo tempo na mídia mostrou que há uma parcela grande da população que diz não para um e para o outro candidato que nos deixaram como (falta) de opção nesse segundo turno.
Não acredito em nenhum dos dois. Mas, infelizmente (ou felizmente) sou o tipo de pessoa que não aceita que decidam por ela e, confesso, não conseguirei anular meu voto nesse 31 de outubro.
Portanto, na condição de branco ou nulo, no domingo irei até a Zona Eleitoral número 14, na Escola Classe 102, Na Asa Norte, em Brasília, vou me posicionar e sob protesto optar por uma das duas pífias opções que me restaram.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Lula, não fale em meu nome.
Mas, eu queria dizer uma coisa: presidente, eu não autorizo o senhor a defender a Dilma quando estiver me representando. Na hora em que estiver em solenidade oficial, exercendo o seu cargo de presidente, o senhor é funcionário da gente: povo brasileiro e como tal, me incluo nesse bolo.
Sendo assim, eu não o autorizo a levantar hipóteses, formular suposições e emitir opiniões sobre esse ou aquele candidato quando estiver falando em meu nome como presidente eleito - por mim e por dezenas de milhares de brasileiros.
Lula levantou a tese da 'farsa' cerimônia de inauguração das novas instalações do Campus Porto da Universidade Federal de Pelotas (Foto:PR)
Acredito estar havendo uma confusão (muito básica entre os políticos brasileiros) entre o que é público e o que é privado. Caso o senhor ainda não saiba, quando está participando de eventos oficiais, seja aqui no Brasil ou fora dele, o senhor está falando em nome de 190 milhões de brasileiros, independentemente de qualquer posicionamento político. Então, não cabem, aí, as suas opiniões pessoais. Guarde-as para seus momentos particulares.
Não entro aqui no mérito da bolinha de papel – se quicou ou não, se foi uma farsa ou não etc -. Minha preocupação aqui é com o fato de o senhor expor como presidente uma opinião que é do cidadão Lula.
Peço-lhe, portanto, encarecidamente: deixe para ser o Lula amiguinho e defensor da Dilma quando estiver fora do seu horário de serviço. Fica muito chato ver o senhor falando em meu nome, coisas das quais eu não pactuo.
Lula durante visita às novas instalações do Campus Porto da Universidade Federal de Pelotas
O senhor é presidente de quem defende ou critica a Dilma. O senhor fala em nome de quem está deste ou daquele lado político. Portanto, não deve desprezar os brasileiros que discordam da sua candidata petista.
Não se aproprie do microfone oficial do governo para falar mal desse ou daquele brasileiro. Deixe isso para os seus momentos particulares, ao lado de sua candidata e em eventos de campanha.
Desde já agradeço a atenção.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
A bolinha quicou ou não?
Passei três dias totalmente offline do dia a dia político do país e quando volto me deparo com a discussão sobre bolinhas de papel, fitas crepes e bexigas de água. Objetos arremessados contra os nossos dois presidenciáveis nessa reta final de campanha. Momento em que os ânimos começam a se acirrar e que os eleitores começam a assumir suas posições a favor ou contra este ou aquele candidato.
Estive no interior do país, em uma cidade chamada Três Lagoas, próxima à divisa do Mato Grosso do Sul com São Paulo. Não é tão interior assim, porque afinal está pertinho do poderoso estado de São Paulo.
É uma cidade próspera e com uma profusão de indústria se mudando para lá. A minha opinião é que, em pouco tempo, Três Lagoas vai bombar.
Mas, mesmo assim, inacreditavelmente, demorei 12 horas para sair do município sulmatogrossense e chegar à capital do país. E isso foi o que me chamou mais atenção: uma cidade próxima ao estado de São Paulo, com estradas de acesso ótimas e eu tive que fazer uma viagem de 12 horas para sair de lá e chegar a BRASÍLIA.
Bom, mas isso é assunto para outro post. Para falar, aliás, do que vi nos aeroportos por onde passei. Aeroportos de um país que sediará dois grandes eventos esportivos mundiais – Copa e Olimpíadas, até 2016.
Bom, voltando ao meu retorno do universo paralelo para o universo da política... Cheguei ontem em casa às 23h e ao assistir ao Jornal da Globo fiquei sabendo da historia das bolinhas, bexigas e fitas crepes.
Hoje pela manhã, no trabalho, percebi que essa é a discussão do momento: houve farsa ou não houve do PSDB na hora de faturar em cima da bolinha ou da fita crepe? Vi na reportagem e li nos jornais, que o presidente Lula se posicionou fortemente sobre o assunto e condenou e abraçou a versão do que chamou de farsa.
Vi e li também, que imagens feitas por um repórter da Folha captou imagens em momentos diferentes ETs etc etc. que uma coisa é uma coisa e outra coisa é... Outra coisa!
Bom, para mim, o que tem que ser levado em conta é que é inadmissível que candidatos sejam atacados por qualquer tipo de objeto, leves ou pesados. Isso é vandalismo e não há espaço para tal atitude em qualquer situação.
Uma simples bolinha de papel carrega nela a intenção de atingir. Uma simples bexiga d’água idem idem da mesma forma. Não dá para a gente discutir a farsa antes de se levantar a agressão.
Se houve farsa ou não do PSDB, isso é outra história. Isso também não cabe. Aliás, farsa é a palavra dessa campanha eleitoral. A tal da farsa surgiu, transitou, dominou e pautou grande parte do processo eleitoral que foi recheado de denuncias, acusações e manipulações.
Lamentável para o eleitor que termina se envolvendo na discussão e não percebe que está sendo levado pela onda de acordo com o lado que pretende defender. A verdade é que não dá para acobertar qualquer ato de agressão a quem quer que seja, com quaisquer objetos. Não dá para pautar a discussão no simples fato: a bolinha quicou ou não quicou?
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Chi Chi Chi le le le. Chile!
por katia maia
Alguém duvida que o resgate dos 33 mineiros chilenos vai virar case de grandes empresas para treinamento em grupo, de liderança e de convivência em situações adversas e de limite?
O espírito de sobrevivência desses trabalhadores que ficaram soterrados por 70 dias e conseguiram conviver, suportar e sobreviver (uns aos outros) a 600 metros de profundidade é um exemplo para milhares de pessoas.
Primeiro mineiro resgatado, Florencio Ávalos chega à superfície às 0h11 desta quarta-feira
E o exemplo vale para qualquer situação de sociabilidade: em família, no trabalho, entre amigos e por aí vai. Quantas vezes a gente não suporte nem olhar na cara de alguém por nada. Isso tudo num ambiente aberto, arejado e farto.
Quem duvida que muitas empresas vão criar verdadeiras ‘minas’ nas profundezas de cursos de imersão? Agora, o estudo sobre o que se passou dentro da mina durante os mais de dois meses, o que os 33 homens faziam, conversavam, pensavam... A que se apegaram para sublimar a situação? Que tipo de atividade desenvolviam para não enlouquecerem?
O segundo mineiro a ser resgatado, Mario Sepúlveda. Foi o mais animado ao emergir.
Eles são realmente um exemplo de organização, tolerância e perseverança. A partir de agora, cada um desses mineiros vai virar um consultor para o mundo corporativo, para congressos de psicanálise e terapia e para nós mesmos que acompanhamos de perto a operação que durou menos de 24 horas, menos da metade do previsto e terminou tão bem.
Eu confesso que somente a idéia do resgate que fez com que cada um ficasse em média 15 minutos em um tubo, cercado de concreto, já seria um teste supremo para a minha natureza claustrofóbica.
A forma como cada um dos mineiros se comportou no trajeto – havia o receio de que tivessem crise de pânico, falta de ar, desmaios etc - foi outro exemplo de autocontrole, Não houve nada. Todos tiveram o controle completo de seus organismos e subiram. Nasceram novamente do útero da terra localizado a 660 metros de profundidade.
Luis Urzúa Iribarren, de 54 anos, último mineiro resgatado.
Esse case realmente é de sucesso e não há como negar. Agora, temos que ouvir o que os mineiros têm para falar e assim quem sabe aprender mais sobre a convivência do ser humano em sociedade.
Até que a história invada as telas de cinema - como ficção e documentário - e ainda as prateleiras das livrarias uma coisa é certa: a vida deles daqui para frente será completamente diferente. Agora, são celebridades.
sábado, 9 de outubro de 2010
Cartas da história de uma cidade
por katia maia
Foi aberta hoje, no Museu Vivo da Memória Candanga, a exposição Cartas de Brasília. Um acervo que reúne cartas trocadas entre os pioneiros e que por meio delas conta a história da construção de Brasília.
Este blog conversou com Márcia Turcato, jornalista e uma das idealizadoras do projeto Cartas de Brasília. Ela e sua sócia, a socióloga Tânia Ribeiro conseguiram reunir um acervo rico de cartas, fotos e objetos que traduzem o momento e as histórias de centenas de pessoas que na década de 60 deixaram suas terras de origem e vieram para o Planalto Central ajudar a materializar o sonho de JK.
Entre as cartas, histórias pitorescas como a de um servidor público que pede a mão de sua amada por carta ou a de um casal que jura amor eterno por carta e decide que estarão sempre juntos em qualquer lugar do país. Os dois terminam vin
do parar em Brasília.
A exposição, que fica aberta ao público de terça a domingo, entre as 10h e às 17 h, começa hoje e vai até o dia 19 de dezembro. Um oportunidade imperdível para quem nasceu em Brasília, ou veio para a cidade e aqui terminou ficando ou mesmo para quem está de passagem. Brasília faz parte da vida de todos os brasileiros e as Cart
as são documentos eternos que retratam o sentimento e o sonho de quem acreditou que a nova capital era possível.
Abaixo, você confere a entrevista que este blog fez com Márcia Turcato e com Daiana Castilhos, produtora da exposição. Confira e divirta-se
com as histórias por elas contadas.
Blog: o que é a exposição Cartas de Brasília?
Márcia: nós pensamos a exposição Cartas de Brasília para fazer uma homenagem aos pioneiros tendo como marco referencial os 50 anos de Brasília. Então no ano passado, eu e a minha sócia nesse projeto, a Tânia Ribeiro, nós começamos a entrevistar variso pioneiros que deram origem à cidade, em busca de correspondências trocadas entre eles para contar uma faceta da historia de Brasília que ainda não fosse conhecida. Essa troca de correspondência que traz todo um lado emocional e conta a historia de Brasília e felizmente agora esse projeto que começou com um blog será transformado em exposição a partir do dia 10 de outubro a 19 de dezembro no Museu Vivo da Memória Candanga.
Tânia Ribeiro e Márcia Turcato. Foto: blog Cartas de Brasília
Blog: quem for à exposição, o que encontrará por lá?
Márcia: a exposição tem um lado muito emocional porque é possível ver o inicio de Brasília desde 1956. Nós temos fotos e cartas que estarão em exposição ao público protegidas em vitrines e algumas foram escaneadas e serão projetadas. Então tem a historias das escolas que chegaram na Cidade Livre, que hoje é o Núcleo Bandeirante e que ajudam a contar essa historia de pioneirismo, de ineditismo e de coragem que foi esse grande empreendimento do sonho de JK e de Dom Bosco e de todos que acreditaram nessas duas grandes figuras da história do Brasil.
Nós teremos também uma brinquedoteca para as crianças com brinquedos da época, antigos, também pipas... Eu acho que será uma viagem do tempo, um verdadeiro túnel do tempo.
Blog: estas cartas vão estar disponíveis para serem lidas pelo publico?
Márcia: as cartas, algumas serão projetadas, algumas estarão em vitrines e mu
itas delas contam do catálogo da exposição – muito bonito, muito bem preparado - com a participação da Isabela Mangasanta e da Daiana Castilho que nos ajudam nesse processo. É um catalogo bem grande de 70 páginas com fotos e as cartas.
Tânia Ribeiro: um sonho contado por cartas. Foto: blog Cartas de Brasília
Blog: Existem casos pitorescos contados por meio das cartas?
Márcia: existe o caso de um pedido de casamento por carta. O contador, senhor Laudelino, que foi pioneiro em Brasília, conheceu a noiva Jurides, na repartição pública onde trabalhava, se apaixonou perdidamente e mandou uma carta ao sogro que morava no Rio de Janeiro, antiga capital, pedindo a mão da Jurides em casamento.
O futuro sogro respondeu por carta que sim, que havia se informado sobre o Laudelino, sabia que ele era um moço correto e que concordava com o casamento.
Essa é uma relíquia que nos temos e tem uma outra mais antiga ainda, de 1938, trocada entre noivos que garantem amor eterno e um jura para o outro nessa carta que estarão juntos em qualquer lugar do Brasil. E, então, em 1960 eles chegam em Brasília.
O senhor que assina essa carta, o senhor Fernando, depois ele ficou conhecido como o pai do cinema em Brasília porque ele conseguia documentários e filmes nas embaixadas e projetava no prédio dele na Asa Sul.
São historias assim bastante peculiares que resgatam o lado lúdico e realmente bastante emotivo da cidade. Vale a pena conhecer.
Blog: É uma exposição para passar horas lá dentro?
Márcia: É verdade.Tem muita coisa para ler, muita coisa para olhar. O próprio museu tem um acervo permanente que pode ser visitado e visto.
É importante salientar que nós conseguimos o apoio dos Correios que nos apóia nesse projeto porque ao mesmo tempo que a gente conta a historia de Brasília, a gente conta a historia da correspondência. Nós temos uma coleção de telegramas recebidos pelo Dr. Nardelli que é um ginecologista e pediatra pioneiro – da formatura e do casamento dele.
Há histórias de cartas endereçadas ao JK de telegramas que ele também enviou aos parentes e o próprio JK foi telegrafista.
Então, é muito importante essa conexão que existe entre o nosso projeto e a história da correspondência, a historia da comunicação no país e no mundo.
Blog: Essa exposição encerra um projeto ou ele continua?
Márcia: A gente tem vontade de continuar abrindo outras facetas com o foco em Brasília. Temos algumas idéias, mas ainda é prematuro falar.
Daiana Castilho – Produtora
Blog: como foi materializar esse projeto que conta a história de Brasília por cartas?
Daiana: a partir da iniciativa das curadoras Márcia Turcato e Tânia Rivbeiro, nós fomos convidados pelos Correios para produzir o evento e transformar a pesquisa delas em uma exposição, em algo palpável.
O que a gente apresenta para vocês é uma exposição com 150 documentos entre cartas, objetos, telegramas... Enfim, uma serie totalmente inédita sobre Brasília e seus pioneiros. Eu sou Brasiliense e para mim também tem sido uma grande aventura participar dessa experiência.
Blog: Como brasiliense, o que você pode falar para o público da exposição?
Daiana: a exposição apresenta ao publico em geral um acervo completamente inusitado. São historias pessoais, aventuras das pessoas que vieram para a construção de Brasília e peculiaridades muito específicas de parte da historia de Brasília que nos mesmos não conhecemos.
Fotografias que apresentam a arquitetura durante o momento da construção e que nós nunca tínhamos visto. A primeira casa construída no Lago Sul. O lago Paranoá enchendo, o primeiro barco que foi feito por um dos pioneiros para subir junto com a água do lago e que se chamava Jussara em homenagem a JK e dona Sarah Kubitschek...
Enfim, são muitas novidades. O importante é que a exposição apresenta um olhar diferente sobre a historia da capital. Um olhar mais emocionado e mais participativo. Toda essa gente que veio para Ca e transformou esse sonho em realidado.
Blog: ela abre no dia 10 de outubro?
Daiana: Isso, no dia 1º de outubro, até 10 de dezembro. No Museu Vivo da Memória Candanga que fica em frente à Candangolândia e ao Núcleo Bandeirante e o horário de visitação é de terça a domingo, das 10 às 17 h.
Blog: a exposição deve ir para outro estado?
Daiana: ela abre aqui em Brasilia e há um projeto dos Correios de levar para o Rio de Janeiro também.
Ouça a integra da entrevista com Márcia Turcato e Daiana Castilhos
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Agenda: eu me rendo!
Tem hábitos que a gente adquire com o passar do tempo, há outros que a gente abandona com o avançar da idade, mas, existe um em especial que eu reluto em incorporar ao meu dia a dia embora saiba que será cada vez mais necessário em minha vida: o uso da agenda.
Lembro-me criança, na escola, quando a professora me obrigava a escrever na agenda a tarefa de casa e eu não suportava. Tinha comigo a certeza de que minha memória era muito melhor e mais eficiente do que aquela perda de tempo que me exigia dedicar preciosos minutos da vida ao ato de anotar o dever para casa.
Bom, tenho que dizer que isso mudou. Claro. Não tenho mais uma professora ao pé do meu ouvido exigindo que eu escreva a tarefa na agenda, mas tenho na minha cola o fantasma do esquecimento que insiste em povoar minha memória.
Memória que, aliás, devo confessar, já não suporta mais toda essa grande quantidade de dados o que me invade os pensamentos a cada instante. Sou obrigada a fazer uma limpeza no disco rígido com freqüência. Chego até a pensar que essa limpeza está acontecendo automaticamente e de forma rápida demais para meu entendimento.
É comum eu só me lembrar do que deveria ter feito durante a semana na sexta-feira. E aí... Bom, aí o tempo já passou, a semana já está no fim e tenho que reprogramar tudo para ‘la semaine prochaine’ como diriam os franceses.
Até coisas que tenho que fazer no fim-de-semana terminam caindo no esquecimento se não faço uma listinha. Sem essa relação, o sábado voa, o domingo vai embora e então vejo que as coisas que deixei para resolver no dois únicos dias livres da minha semana (e da de todo mundo, claro) foram novamente procrastinadas (adoro essa palavra) e aí começa tudo de novo!
Bom, então, levando em conta as considerações feitas anteriormente, eu comunico que o uso da agenda em minha vida está oficialmente instituído a partir desta data e para começar já escrevi minha primeira tarefa do fim-de-semana: olhar a agenda!
Calo-me...(da série #resgates)
*A partir de hj, sempre que eu resgatar algum texto meu escrito e não publicado, vou postar aqui. O que é escrito é para ser publicado....
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