por katia maia
É com enorme alegria que venho divulgar que esta que vos fala foi uma das selecionada no concurso de 'minipoesias' da Fliporto - Feira Internacional de Literatura de Pernambuco. O concurso ocorreu em duas etapas e se propunha a selecionar as cem melhores poemas que serão publicados na coletânea "Os cem melhores poemas do TOC140".
Abaixo, conto toda a história que me levou a escrever em 140 caracteres o poema selecionado:
@katiamaia: Se quiser saber quem eu sou, não me pergunte. Sinta-me. Agora, vê? Estou falando. Não ouve? Acho que perdeu os sentidos TOC Katia Fabiana Chaves Maia – Brasília, DF
O pensamento em 140 caracteres
De repente começou a pensar em tudo editado, conciso e em poucas palavras. Sentira um pouco de medo de estar entrando numa onda sem volta.
- Será que minha mente ficará presa aos 140 caracteres? E quando eu tiver que falar mais, dizer mais coisas? Terei que recorrer a ferramentas como o twitlonger? Haverá instrumentos para as minhas palavras ou tudo será dito a partir de tweets limitados?
Os pensamentos começavam a atormentá-la. Não era nada que lhe tirasse o sono, mas era uma preocupação real, palpável, factível. De repente, para ela, tudo poderia ser reduzido e falar, exressar ou pensar mais do que 140 caracteres poderia parecer desperdício.
Estava tão impaciente para longos colóquios que, ao telefoe, quando lhe começavam com mais delongas, limitava-se a responder;
- Tá... Tá bom... Ok... Tudo bem... E do outro lado do aparelho rezava para que a discussão se encerrasse o mais breve possível para que não tivesse que falar mais.
Está certo e claro que ela nunca fora de discussões, muito menos aquelas compridas e intermináveis. Sempre tivera uma enoooooooorme preguiça para debates longos, troca de opiniões e principalmente brigas.
- Será que minha mente ficará presa aos 140 caracteres? E quando eu tiver que falar mais, dizer mais coisas? Terei que recorrer a ferramentas como o twitlonger? Haverá instrumentos para as minhas palavras ou tudo será dito a partir de tweets limitados?
Os pensamentos começavam a atormentá-la. Não era nada que lhe tirasse o sono, mas era uma preocupação real, palpável, factível. De repente, para ela, tudo poderia ser reduzido e falar, exressar ou pensar mais do que 140 caracteres poderia parecer desperdício.
Estava tão impaciente para longos colóquios que, ao telefoe, quando lhe começavam com mais delongas, limitava-se a responder;
- Tá... Tá bom... Ok... Tudo bem... E do outro lado do aparelho rezava para que a discussão se encerrasse o mais breve possível para que não tivesse que falar mais.
Está certo e claro que ela nunca fora de discussões, muito menos aquelas compridas e intermináveis. Sempre tivera uma enoooooooorme preguiça para debates longos, troca de opiniões e principalmente brigas.
para ela, brigar dave trabalho, cansava, significava desperdício...
Numa discussão, até começava animada, entusiasmada, mas, quando percebia que o outro era feroz defensor de suas idéias e não lhe abriria brecha para pontuar o lado oposto, resignava-se, pensando:
- estou perdendo tempo. Essa discussão não vai levar a nada... E, mais do que imediatamente, dizia: ok, está bem.... E terminava a discussão.
O outro ainda insistia:
- mas... e isso? E aquilo?
- Não, não, está bem! Você tem razão... E encerrava o papo.
Claro que o outro percebia que ela não se convenceu. A preguiça e o enfado dela para continuar aquela conversa sem perspectiva era maior do que qualquer ânimo para alimentá-la e realmente ela editava a discussão colocando um ponto que podia não ser definitivo, mas era um ponto e àquela altura e isso lhe bastava.
Claro (também) que há discussões e discussões. Mas tinha, sempre, a tendência de ‘editar’ e reduzir a mensagem o máximo possível.
Numa discussão, até começava animada, entusiasmada, mas, quando percebia que o outro era feroz defensor de suas idéias e não lhe abriria brecha para pontuar o lado oposto, resignava-se, pensando:
- estou perdendo tempo. Essa discussão não vai levar a nada... E, mais do que imediatamente, dizia: ok, está bem.... E terminava a discussão.
O outro ainda insistia:
- mas... e isso? E aquilo?
- Não, não, está bem! Você tem razão... E encerrava o papo.
Claro que o outro percebia que ela não se convenceu. A preguiça e o enfado dela para continuar aquela conversa sem perspectiva era maior do que qualquer ânimo para alimentá-la e realmente ela editava a discussão colocando um ponto que podia não ser definitivo, mas era um ponto e àquela altura e isso lhe bastava.
Claro (também) que há discussões e discussões. Mas tinha, sempre, a tendência de ‘editar’ e reduzir a mensagem o máximo possível.
- A 140 caracteres talvez. Pensou rindo-se de si mesma.
Com os filhos, muitas vezes o embate chegava ao ponto:
- Acabou a discussão, ponto final, e é isso.
Tinha para ela que numa relação mãe e filho havia momentos em que a discussão não cabia, muito menos a negociação e a relação tinha mesmo que ser ditatorial cabendo à ela colocar o ponto final.
Mas, enfim... Tudo isso ela sabia. O que a incomodava no momento era a forte tendência em reduzir tudo o que queria dizer a 140 caracteres, de forma direta, reta e sem rodeios.
Estaria tiwttando sua vida, seu modo de ser, seus pensamentos e relações? Assustara-se com essa perspectiva e por um momento pensara e se auto definira:
Se quiser saber quem eu sou, não me pergunte. Sinta-me. Agora, vê? Estou falando. Não ouve? Acho que perdeu os sentidos.
Com os filhos, muitas vezes o embate chegava ao ponto:
- Acabou a discussão, ponto final, e é isso.
Tinha para ela que numa relação mãe e filho havia momentos em que a discussão não cabia, muito menos a negociação e a relação tinha mesmo que ser ditatorial cabendo à ela colocar o ponto final.
Mas, enfim... Tudo isso ela sabia. O que a incomodava no momento era a forte tendência em reduzir tudo o que queria dizer a 140 caracteres, de forma direta, reta e sem rodeios.
Estaria tiwttando sua vida, seu modo de ser, seus pensamentos e relações? Assustara-se com essa perspectiva e por um momento pensara e se auto definira:
Se quiser saber quem eu sou, não me pergunte. Sinta-me. Agora, vê? Estou falando. Não ouve? Acho que perdeu os sentidos.
Parabéns Kátia!
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