por katia maia
Lembra da brincadeira do “não, nem eu”? Pois bem, vejo que ela saiu do âmbito lúdico e tomou corpo nos corredores políticos de nossa tão (injustamente) difamada Brasília. A coisa já acontecia, eu sei. Claro que não somos ingênuos ao ponto de imaginar que uma situação de honestidade e normalidade nos corredores do congresso.
Claro que a gente sabe muito bem que o velho discurso de falta de dinheiro para ações que realmente importam na vida do brasileiro (leia-se saúde, educação e segurança) são um mero discurso para encobrir a quantidade de falcatruas que rolam por debaixo dos panos.
Nesses últimos anos são emblemáticos os escândalos de desvios, desmandos e falta de compromisso com a coisa publica e Brasília, infelizmente – não fosse toda a sua fama de servir de abrigo para políticos que por si só dispensam comentários – agora carrega mais esse escândalo das emendas parlamentares que destinaram recursos SEM LICITAÇÃO para festinhas culturais e eventos patrocinados pelos institutos ‘x’ ou ‘z’.
Esse último, um tal de IPAM, teria recebido R$ 4,7 milhões de emendas de parlamentares petistas do DF. A sua diretora, Liane Muhlenberg, era assessora da senadora petista Serys Slhessarenko.
Era, porque foi exonerada no momento em que a senadora soube da história. Foi exonerada porque não cabia outra atitude à senadora que se disse “traída” por Liane e precisava livrar sua pele desse escândalo e preservar seu posto como relatora da Comissão de Orçamento.
Pois bem, essa tal de Liane se diz honesta e proba e refuta qualquer acusação contra ela. Ah, claro...
Mas, foi desonesta quando assinou uma declaração dizendo que não era funcionária do executivo ou do legislativo para conseguir verbas de parlamentares sem licitação. É vedada a destinação de verba pública a institutos presididos por servidores de um dos poderes.
Depois, de ser pega ‘no pulo’ como se diz na minha terra, essa Liane vem com aquela velha desculpa: “eu não sabia, foi um descuido, uma desatenção, um equívoco”. Ah, claro! Equivoco! Assinar um papel declarando que não é funcionária do legislativo para ter acesso a recursos milionários sabendo que é contratada há três anos pelo gabinete de uma senadora. Isso para mim não é equivoco, é má fé.
Mas, depois que desculpa entrou no mundo serviu de explicação para muita coisa e é uma ferramenta muito utilizada por quem faz errado e pensa: qualquer coisa eu digo que não sabia, não fui eu etc... Fácil, extremamente fácil.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
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