por katia maia
memórias_de_uma_mãe_de_adolescentes
Quantas vezes ouvi minha mãe reclamar que ficara a noite acordada porque eu estava na rua, na noite, curtindo a balada. Naquela época eu não entendia. Achava exagero e rebatia que era tudo coisa da cabeça dela. Minha mãe frequentemente rebatia com um ditado:
- Trás de ti virá quem me vingará!
Eu confesso que na época, não entendia. Mas ela fazia questão de explicar:
- Simples, não desejo a você nada mais do que filhos idênticos à você.
- Como assim? Eu pensava e ficava imaginando que seria (até) legal ter filhos iguais a mim.
Qual o quê! Hoje entendo que minha mãe sofria com meu jeito, digamos, apaixonado por rua. Hoje eu entendo (também) que praga de mãe funciona!
Tenho filhos que adoram festa. A sorte é que ainda dependem de mim para ir e vir aos lugares - e gosto disso. Mas, sofro, ah, se sofro, nas madrugadas esperando a hora de buscá-los. Se tem uma coisa que é certeza, batata mesmo, na vida de uma mãe é o fato de que, depois que eles nascem perdemos definitivamente o controle sobre o nosso sono.
Essa é uma verdade para qualquer fase da vida de nossos filhotes e eu nem preciso explicar muito. Lembro-me deles pequeninos, bebês. O meu mais novo, então, foi uma coisa! Ele simplesmente trocava o dia pela noite. Cheguei até a ser personagem de uma matéria que falava dos horários nada convencionais dos bebês.
Na época, ele tinha três meses e eu só me lembro da minha cara na reportagem de mãe alucinada que não dormia nunca e desabafava para a repórter:
- Eu não durmo nunca! Quando o dia amanhece, ele (que passou a noite acordado) parece falar para o irmão (que dormiu a noite toda): pronto, fica com a minha mãe que agora eu vou dormir. E assim, eles se revezavam!
Bom, agora não se revezam mais. Agora, eles tem outro acordo: um vai para uma festa num ponto da cidade e o outro para o lado oposto. Para quem conhece Brasília, é mais ou menos assim: um vai para o final do Lago Sul e o outro para a ponta do Lago Norte. E eu...
Bom, eu tenho uma nova profissão: ‘mãetorista’. Levo um num canto, o outro no outro e vou para casa esperar a hora desse radiotaxi que vos escreve pegá-los em suas devidas festas.
Já assisti a muito filme no Telecine durante as madrugadas. Outro dia, vi o Vôo United 93, que trata do atentado de 11 de setembro. Na seqüência, passou um filme com o Dustin Hoffman e a Emma Tompson (Tinha que ser Você) e estava começando um filme nacional (De pernas para o ar), quando o meu celular anunciou que era hora de buscá-los.
Sim, porque coloco o despertador para me avisar exatamente o horário de sair de casa, vai que eu caio no sono e aí como fica?
Aliás, tenho uma regra com os meninos: na hora em que eu ligar, quero que atendam o celular para saberem que eu estou indo buscá-los. Se não atenderem já sabem que perdem pontos e o direito de ficar até mais tarde na próxima festa.
Aviso sempre que por volta da uma da manhã vou ligar e quero que esteja atentos ao celular porque não pretendo esperar na porta da festa até a hora em que decidirem dar o ar da graça.
Bom, tem funcionado. Até porque eles não querem voltar mais cedo na festa seguinte. Vamos ver até quando eu consigo controlar o horário deles.
memórias_de_uma_mãe_de_adolescentes
Quantas vezes ouvi minha mãe reclamar que ficara a noite acordada porque eu estava na rua, na noite, curtindo a balada. Naquela época eu não entendia. Achava exagero e rebatia que era tudo coisa da cabeça dela. Minha mãe frequentemente rebatia com um ditado:
- Trás de ti virá quem me vingará!
Eu confesso que na época, não entendia. Mas ela fazia questão de explicar:
- Simples, não desejo a você nada mais do que filhos idênticos à você.
- Como assim? Eu pensava e ficava imaginando que seria (até) legal ter filhos iguais a mim.
Qual o quê! Hoje entendo que minha mãe sofria com meu jeito, digamos, apaixonado por rua. Hoje eu entendo (também) que praga de mãe funciona!
Tenho filhos que adoram festa. A sorte é que ainda dependem de mim para ir e vir aos lugares - e gosto disso. Mas, sofro, ah, se sofro, nas madrugadas esperando a hora de buscá-los. Se tem uma coisa que é certeza, batata mesmo, na vida de uma mãe é o fato de que, depois que eles nascem perdemos definitivamente o controle sobre o nosso sono.
Essa é uma verdade para qualquer fase da vida de nossos filhotes e eu nem preciso explicar muito. Lembro-me deles pequeninos, bebês. O meu mais novo, então, foi uma coisa! Ele simplesmente trocava o dia pela noite. Cheguei até a ser personagem de uma matéria que falava dos horários nada convencionais dos bebês.
Na época, ele tinha três meses e eu só me lembro da minha cara na reportagem de mãe alucinada que não dormia nunca e desabafava para a repórter:
- Eu não durmo nunca! Quando o dia amanhece, ele (que passou a noite acordado) parece falar para o irmão (que dormiu a noite toda): pronto, fica com a minha mãe que agora eu vou dormir. E assim, eles se revezavam!
Bom, agora não se revezam mais. Agora, eles tem outro acordo: um vai para uma festa num ponto da cidade e o outro para o lado oposto. Para quem conhece Brasília, é mais ou menos assim: um vai para o final do Lago Sul e o outro para a ponta do Lago Norte. E eu...
Bom, eu tenho uma nova profissão: ‘mãetorista’. Levo um num canto, o outro no outro e vou para casa esperar a hora desse radiotaxi que vos escreve pegá-los em suas devidas festas.
Já assisti a muito filme no Telecine durante as madrugadas. Outro dia, vi o Vôo United 93, que trata do atentado de 11 de setembro. Na seqüência, passou um filme com o Dustin Hoffman e a Emma Tompson (Tinha que ser Você) e estava começando um filme nacional (De pernas para o ar), quando o meu celular anunciou que era hora de buscá-los.
Sim, porque coloco o despertador para me avisar exatamente o horário de sair de casa, vai que eu caio no sono e aí como fica?
Aliás, tenho uma regra com os meninos: na hora em que eu ligar, quero que atendam o celular para saberem que eu estou indo buscá-los. Se não atenderem já sabem que perdem pontos e o direito de ficar até mais tarde na próxima festa.
Aviso sempre que por volta da uma da manhã vou ligar e quero que esteja atentos ao celular porque não pretendo esperar na porta da festa até a hora em que decidirem dar o ar da graça.
Bom, tem funcionado. Até porque eles não querem voltar mais cedo na festa seguinte. Vamos ver até quando eu consigo controlar o horário deles.