Presidente reserva o segundo semestre para viajar pelo Brasil com a ministra Dilma Rousseff, candidata à sua sucessão
Visitas a Europa, África e América Latina serão de despedida, especialmente nos casos de países como Espanha, Cuba e Venezuela
SIMONE IGLESIAS/Folha de São Paulo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A crise de hipertensão que levou o presidente Lula ao hospital semana passada não fará com que ele corte as viagens internacionais já agendadas de fevereiro a julho e também não impedirá que reserve o segundo semestre para viajar Brasil afora em campanha para sua candidata Dilma Rousseff.
Ao deixar o InCor sábado, depois de realizar checkup, Lula deixou claro que não está em seus planos acabar o mandato sentado em seu gabinete, em Brasília. "Vou continuar viajando, obviamente que, graças a Deus, eu estou com a minha saúde perfeita, pelo menos os exames até agora foram perfeitos", disse.
A maratona de viagens começará logo depois do feriado de Carnaval com previsão de visita a 22 países e deverá se encerrar um pouco depois do início da campanha eleitoral. Lula decidiu fazer o maior número de viagens possível nos próximos cinco meses para poder se liberar de compromissos no exterior a partir de agosto, quando seu alvo será o palanque de sua candidata à sucessão.
Dos dias 23 a 26 de fevereiro, Lula irá ao México, para reunião da Cúpula América Latina e Caribe. Aproveitará para se encontrar, em Cuba, com os irmãos Fidel e Raúl Castro, viagem de despedida dos dois ditadores e, de lá, partirá para El Salvador para reunião com o presidente Mauricio Funes. Antes de voltar ao Brasil, Lula visitará o Haiti, atingido por um terremoto que matou mais de 170 mil pessoas.
Em março, o presidente Lula acompanhará, no Uruguai, a posse do presidente eleito, José Mujica, e fará visitas oficiais a três países do Oriente Médio, em retribuição à vinda ao Brasil do presidente de Israel, Shimon Peres, do Rei Abdullah II da Jordânia, e do presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, entre 2008 e 2009.
No mês seguinte, há previsão de viagem aos Estados Unidos, onde participará de um encontro sobre energia atômica.
Em junho, Lula agendou compromissos no Irã, China e Rússia. Na China, o presidente visitará a ExpoXangai, feira internacional que neste ano terá como tema o desenvolvimento urbano com qualidade de vida e, no Irã, retribuirá a visita feita pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil em novembro passado.
Na véspera do começo da campanha eleitoral, Lula fará sua última viagem ao continente africano, com paradas em cinco países (ainda indefinidos). Mas com certeza passará pela África do Sul para acompanhar a final da Copa em Joanesburgo, dia 11 de julho.
A agenda do presidente inclui ainda viagens ao Canadá, onde ocorrerão os encontros do G-8 e do G-20, Espanha, Argentina, Bolívia e Venezuela, mas as datas ainda não estão acertadas. Segundo interlocutores do presidente, as visitas a Europa, África e América Latina serão de despedida, especialmente nos casos da Espanha, Cuba e Venezuela, onde Lula mantém vínculos com os irmãos Castro, com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e com o primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero.
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