por Katia Maia
Quando o bicho pega, qual é a primeira coisa que o ser humano pensa em fazer? Encontrar alguém para botar a culpa! Quando o bicho homem erra, ele procura logo um culpado para transferir ou dividir a responsabilidade. Nunca o que ‘eu fiz’ aconteceu por minha única e exclusiva culpa, sempre tem alguém que pode ser apontado como o responsável. É esse o primeiro instinto que toma conta do ser humano em momentos do tipo ‘ih, fiz merda’.
Pouquíssimas e raríssimas exceções revelam exemplares que admitem de cara que erraram e que a pisada na bola foi deles, por iniciativa deles e somente à eles cabem as sanções e penalidades.
E quando se fala de políticos, então... Viche! A coisa quase nem tem exceção. E se for brasileiro? Aff!
Temos bons exemplos (e recentes) da índole de nossos políticos na hora de procurar o culpado – que nunca é ele, claro!
Na semana passada, divulgou-se que o Senado Federal havia contratado 1,2 mil funcionários terceirizados. A imprensa foi perguntar ao presidente da casa, o ilustríssimo senador José Sarney sobre mais esse absurdo. E o que ele respondeu?
-Não estou sabendo, não cuido da área administrativa...”.
Lembram da reação desse mesmo senhor outra vez em que a Fundação que leva o seu nome foi acusada de desviar recursos da Petrobrás, destinados ao incentivo e promoção da cultura. E o que ele respondeu?
- Não sei, sou apenas presidente de honra.
Ah, bom. Claro. ‘Tá explicado!’.
Agora, leio na imprensa que o PT afirma que a pré-candidata Dilma Rousseff (PT) não tem responsabilidade por eventuais problemas relacionados à empresa Lanza Comunicação, que foi contratada para atuar na sua equipe. A explicação se refere ao fato de a empresa remunerar jornalistas e técnicos da pré-campanha por meio de notas fiscais frias.
Ah, claro. Também nesse caso ‘tá explicado’: Dilma não tem nada a ver com isso. E quem tem cara pálida?
Está certo que, quando administramos uma empresa, não conseguimos ter sempre o controle de tudo. Mas, respondemos pela empresa e não adianta dizer: eu não sabia!
Aqui em Brasília, por exemplo, temos o clássico exemplo de nossa deputada da Bolsa. Aquela visão dantesca da Eurides Brito, catando (serelepe) os maços de dinheiro e enfiando na bolsa.
A ilustríssima deputada distrital, Eurides Brito. Aquela pessoa acima de qualquer suspeita disse que a culpa é de quem repassou dinheiro sujo para ela. Não é dela, que, inocentemente, recebeu a grana imaginando que era um pagamento corriqueiro de despesas que havia tido com campanha de outra pessoa super idônea como Joaquim Roriz.
Agora, vai eu, katia maia, por exemplo, ousar receber (sem saber, claro) notas falsificadas. Vai adiantar eu dizer: eu não sabia? Posso até tentar, mas existe uma Lei que me responsabiliza por não ter verificado que as notas eram falsas e eu me torno no mínimo cúmplice ou receptador (imagino).
Acho que seria o caso, nesta campanha eleitoral o uso daquelas camisas onde está escrito: a culpa é dele! Porque nunca, em tempo algum, jamais na história qualquer candidato, político, terá culpa pelo que acontece em suas vidas quando a coisa pega, claro.
No final de tudo, tenha a nítida impressão, que a culpa é mesmo de nós eleitores, que coloca esse tipo de gente no poder.
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sexta-feira, 11 de junho de 2010
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