katia maia
Lidar com mudanças não é algo fácil. Mesmo aquelas que são para melhor implicam em adaptação a tudo e a todos. Muitas vezes demoramos a nos acostumar, por exemplo, com as coisas boas. Pensamos: Meu Deus, algo está errado. Ou (até) – se está bom é porque vai piorar.
Será? Não. Claro que não. As mudanças são boas para chacoalhar nossa rotina, mexer com nossos conceitos e mudar muitas vezes nossa visão sobre determinados pontos de vistas. O problema é quando a mudança não é boa, é repentina e nós, num movimento de adaptação terminamos nos acostumando ao que passou a nos incomodar
Veja só: ontem, um louco arrancou o retrovisor do meu carro e amassou a lataria do meu carro. Desde então estou dirigindo sem o acessório que é uma ferramenta de segurança no transito e altamente necessária para a nossa sanidade automobilística.
Nos primeiros minutos, após a pancada, fiquei desnorteada. Natural.
Quase desaprendi a dirigir. A falta daquele retrovisor me tirou o eixo de direção e toda vez que eu olhava para ele, na esperança de enxergar o que acontecia por trás do meu carro e na lateral esquerda, pimba! Frustração. Nada de visão, nada de ângulo. Completa falta de referência. Fiquei tão desnorteada que nem consegui gravar a placa do desgovernado que me levou o senso de direção.
Bom, isso foi ontem. Hoje, eu já estava mais tranqüila e já desenvolvi (até) mecanismos para me sentir um pouco menos pior com a falta do dito cujo.
Passei, por exemplo, a usar preferencialmente a faixa da esquerda para não ter que mudar de via e, portanto, não precisar utilizar o retrovisor. Passei também a usar o retrovisor interno para ter uma noção dos carros que poderiam estar me ultrapassando pela esquerda e, por último, pasmem, fiquei mais paciente no transito para não sofrer toda vez que quisesse ultrapassar e não pudesse pela falta de visão.
Vejam só, menos de24 horas depois do incidente, eu já estou desenvolvendo ferramentas para sofrer menos com o dano causado ao meu carro e à minha rotina diária de mãetorista.
Assim é o ser humano. Adapta-se até ao que é ruim.
Mas... (sempre há um mas) é preciso registrar aqui que esses artifícios para me sentir menos ultrajada com essa mudança de hábito repentina não significam resignação eterna. São apenas mecanismos passageiros, com a devida pitada de desconforto para que eu me mexa e providencie logo a troca do retrovisor.
Hoje mesmo, liguei para concessionárias e oficinas para orçar o conserto – e aí eu descobri a enorme diferença de custo que existe entre a mesma peça em uma autorizada e outra, digamos, clandestina. Não é pirataria. A peça é a mesma, só que uma está na prateleira da Peugeot e outra na Oficina do Dijones.
Ah, tem mais: a Peugeot cobra 56 reais de mão-de-obra e o Dijones faz a troca por 15,00. Ah, está bem, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Ok, concordo, mas isso é assunto para outra conversa.
Por enquanto, quero encerra essa discussão – que está ficando longa demais – com a seguinte constatação: nos adaptamos às mudanças ruins MA NON TROPPO.
Até porque, sempre que essas situações ocorrem, quando a gente sana o problema e retoma nossa rotina percebe-se que vale mais dizer: eu era feliz e sabia.
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