Essas eleições serão do tipo 'nunca jamais na história desse país'. Estamos vivendo uma situação inusitada em que atroca de comando força um presidente com mais de 80% de aprovação do eleitorado a deixar o cargo e leva o eleitor a decidir sobre opções muito distantes da popularidade e do carisma de quem sai.
Digamos, acredito, que o eleitor está meio na defensiva, esperando, na espreita para ver o que acontece. Ainda não dá para se posicionar de forma firme. A maioria da população aprova Lula - e isto as pesquisas já demosntraram - mas daí a engolir a Dilma vai uma distância.
Tem eleitor que vota na Dilma simplesmente porque acredita que é preciso manter o que já está aí. Outros alegam que é justamente o contrário que deve ocorrer: mudar o poder de mãos para quebrar o ciclo que já vem sob o domínio do PT há oito anos.
Pois bem, para quem vai brigar por essas duas fatias e tentar convencer que é melhor do que o outro, o que contará nessas eleições será a astúcia para dar a volta no eleitor e buscar um diferencial que valha a pena. Aos departamentos jurídicos das campanahsa vilusbra-se muito trabalho.
Nesta eleições, os dois candidatos saem de seus governos e a batalha jurídica será: onde começa e onde termina o uso da maquina publica? É possível delinear e traçar esse limite? Vamos ver. O processo eleitoral nem começou ainda e a guerra já está nos tribunais.
Isso me faz lembrar um filme que assisti há muito tempo e que trata da briga de um casal pela posse de sua mansão após um longo desgaste no casamento. 'A guerra dos Roses' (1989).
Os dois envolvidos no processo estavam tão cegos pela posse do seu patrimônio e queriam tanto ficar com tudo que acabaram perdendo também 'tudo'. A casa, o casamento e por fim a vida. Esperemos que a vida seja bem mais ponderada e racional do que a arte.
Partidos montam times de advogados para guerra judicial
Da Folha de São Paulo
A guerra de representações travada por PSDB e PT na Justiça Eleitoral três meses antes do início oficial da campanha não deixa dúvida: a eleição presidencial de 2010 terá um alto grau de judicialização e trará maiores desafios para as equipes jurídicas dos partidos.
Essa é a expectativa de políticos e dos próprios advogados que vão trabalhar nas campanhas eleitorais.
Faltando poucos detalhes para a contratação dos defensores, os nomes à frente dos times jurídicos dos partidos não devem ser novos, mas a estrutura, o número de advogados e a complexidade do trabalho deverão ser bem maiores que nas últimas eleições.
Os advogados Ricardo Penteado e Márcio Silva trabalharam nos últimos três pleitos presidenciais para o PSDB e o PT, respectivamente, e a escolha deles para atuar na coordenação das equipes é praticamente certa, segundo os partidos.
Apesar de calejados após três eleições, Penteado e Silva dizem que as dificuldades do pleito deste ano serão novas, já que em 2010 a questão do uso da máquina pública na campanha estará mais em evidência.
Eles lembram que, em 1998 e 2006, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva buscavam a reeleição ancorados em bons índices de popularidade e o suposto uso da máquina não gerou maiores problemas às candidaturas.
Em 2002, quando o presidente era FHC e José Serra era o candidato do PSDB -e em tese, poderia ocorrer um questionamento sobre o uso da máquina pelos tucanos-, Serra procurou desvencilhar sua imagem da do governo FHC, e o assunto não foi central para as equipes jurídicas dos partidos.
"Neste ano nossa preparação está sendo maior porque as questões sobre uso da máquina são mais complexas. As investigações sobre esse tipo de irregularidade são complicadas e, como ela se apresenta de muitas formas disfarçadas, vamos ter mais trabalho para apontá-las à Justiça Eleitoral", diz Ricardo Penteado.
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