Foi um ano com muito acontecimento, muitas decisões, coisas boas e coisas ruins. Mas, no saldo final, no balanço de perdas e danos, vejo que foi bom.
Minha vida tomou um rumo diferente. De repente me vi com tempo para curtir meus filhos e poder estar mais próximos deles. Isto é um presente que 2010 me deu e que eu jamais esquecerei.
De repente senti falta de uma ou outra coisa que acontecia em minha vida. Perdi um ou outro contato com esse ou aquele amigo, estive um pouco mais distante dessa ou daquela pessoa. A esses, peço desculpas e compreensão. Pois sei que sou assim mesmo, meio ‘relaxada’ com amizades, afetos e carinhos. Mas, isso não significa que eu não os sinta e não deseje estar próximo dos que amo. Me afastei, mas não me esqueci de ninguém.
Em 2010, talvez eu tenha começado a aprender a dar mais valor a mim mesma e a perceber que muita coisa pode ser do jeito que eu quero sem ter que ficar pedindo desculpas, implorando ou me sentindo culpada por não ter sido assim ou assado com os outros. Valorizei-me mais e vi que é possível.
Em 2010, vivi os trancos e barrancos da fantástica aventura de ser mãe de adolescentes. Vi meu filho mais velho criar barba, namorar, curtir shows, falar de um universo que tive que acompanhar de perto e que há muito tempo não fazia parte de minha vida. Mas, me esforcei e vou continuar investindo nessa maravilhosa relação, na dor e na delícia, de ter filhos adolescentes.
Em 2010, vivi a entrada do meu filhote caçula na adolescência e convivi com as mudanças de humor tão comuns nessa fase. Vi os hormônios dele explodirem em furia e incompreensão. Cheguei a declarar num rasgo de fúria, para os dois, que eles estavam ‘muito chatos’. Depois nos sentamos e conversamos, rimos e choramos juntos. Vivemos.
Em 2010, aprendi a viver com um pouco mais de folga financeira. Tive como me programar melhor e transferi para 2011 planos de viagens, estudos, projetos.
Em 2010, caí na rua! Descobri as corridas e me entreguei a elas. Superei meus limites. Dei conta da Meia Maratona Internacional do Rio, fiz várias corridas de 10km, completei a Volta da Pampulha e com ela encerrei meu calendário que, em 2011, com certeza virá aditivado.
Em 2010, por minha culpa, minha máxima culpa, esqueci um pouco dos meus amigos do pedal. Afastei-me de minha bike, que ali na varanda, me pede socorro. A ela, digo que em 2011 retomarei as trilhas, os pedais, as ciclo viagens.
Um pouco a pé, um pouco de bike, espero no próximo ano ter a sabedoria de dosar uma coisa e outra e novamente viver minha vida assim: sem glamour, sem nada de excepcional, mas feliz e com saúde porque vejo que esse é o ingrediente fundamental para que todos os sonhos se realizem. O resto, a gente arranja.
Ao ver o presidente Lula suado, de camisa branca e de boné da Caixa Econômica Federal, na Bahia, fazendo o balanço do programa 'Minha Casa Minha Vida' abraçado à Dona Gilda na janela da casa nova dela, ou abraçando às donas Marias, Judites, Alices e muitas outras, durante a cerimônia, vai sentir um choque a partir do dia primeiro de janeiro.
Populares abraçados a Lula. (Foto: Presidência)
Não apenas está mudando a presidência da republica, mas o estilo presidencial. Durante oito anos o povo brasileiro acostumou-se a ver no comando do país alguém que só de olhar já era clara a identificação direta com o mais humilde brasileiro de qualquer parte do país.
Reservas e críticas à parte, o presidente Lula, para o povo, foi o governante ‘gente como a gente’. Acostumamos-nos a ver o Lula suado, andando de um lado par o outro dos palanques, tocando o povo, beijando, fazendo comparações e utilizando metáforas que fazem do seu discurso um ‘bate-papo’ entre amigos.
Lula na Bahia. (Foto: Presidência)
Do estilo Lula pode-se dizer que o povo viu nas palavras do presidente o jeito de falar de parentes, amigos e pessoas próximas. “Ele fala igualzinho me pai”, me disse certa vez uma moça que assistia ao discurso do presidente na Ilha de Marajó em 2008 ou 2009, não me recordo bem a data.
Muitas vezes, os números não eram favoráveis ao governo, mas, para o povo, nada disso importava. Eu desafio alguém encontrar no público que assistia ontem ao discurso de Lula no Minha Casa Minha Vida um popular sequer que tenha saído com críticas ao presidente.
O programa não cumpriu a meta 400 mil moradias construídas. Até agora entregou 247 mil. Mesmo assim, o povo saiu certo de que o Minha Casa Minha Vida está andando e de que o presidente pessoalmente fiscaliza tudo e se preocupa com cada um daqueles que se inscreveram para receber sua casa própria. É a arte de Lula em se comunicar com o povo. Isso é uma marca que ele imprimiu na sua gestão e que ninguem pode negar que deu certo com o povo.
Lula deixa a presidência com 87% de aprovação à sua pessoa, segundo a Pesquisa CNT/Sensus. Ainda segundo o instituto, a maior popularidade já vista por governantes mundiais ao deixar o mandato. Apenas Nelson Mandela e Angela Merkel se aproximam de tal feito. E olha que estamos falando de Mandela!
Lula no Tocantins. (Foto: Presidência)
Lembro-me ainda das pessoas se espremendo no Tocantins a espera do presidente que fora a Colinas, para inaugurar um trecho da Ferrovia Norte-sul. Na ocasião, debaixo de um calor fortíssimo, milhares de pessoas esperaram por horas para ver lula chegar na frente da locomotiva, abanando uma bandeira. Triunfal! O povo foi ao delírio.
O estilo Lula começou já em 2003, quando em sua posse, Brasília foi invadida por centenas de milhares de pessoas que lotaram a Esplanada dos Ministérios para ver o presidente. Lá atrás, no início do mandato, lembro-me, fazíamos plantões na porta do Palácio da Alvorada.
Populares iam ao local para esperar a passagem do carro presidencial – quando Lula saia para trabalhar ou quando voltava - e o presidente freqüentemente pedia para o motorista parar o veículo e descia. Descia para abraçar, tirar fotos e beijar popualares. Era a glória para quem estava no local.
Com o tempo, essas paradinhas na porta do Alvorada foram ficando cada vez mais raras até que se acabaram. Mas, o Lula continuou a falar para o povo como se povo fora e esse estilo marcou o país. Agora, a partir de sábado, acabam-se a espontaneidade, as metáforas, os ‘causos’ tão ditos e repetidos pelo presidente. O que fica? Bom, ficam os discursos técnicos, professorais e lineares da presidente Eleita Dilma Roussef. Certamente, as solenidades oficiais ficaram bem menos interessantes para o povo. Como na letra de Chico buarque: agora 'Nunca mais romance Nunca mais cinema/ Nunca mais drinque no dancing Nunca mais cheese...'
*Da série: o maravilhoso e absurdo mundo dos serviços no Brasil.
Por katia maia
Toda semana, ela juntava as roupas usadas em uma sacola e levava para a mesma lavanderia. Já era conhecida pela atendente que sempre que a avistava entrando na loja fazia um comentário agradável para que a cliente se sentisse bem e acolhida pelas boas vindas.
Ela gostava disso. Uma vez lera em uma dessas matérias sobre o mundo corporativo que essa identificação do estabelecimento comercial ou empresa com seus clientes era importante para criar cada vez mais um sentimento de fidelização.
Ela apreciava e realmente se sentia parte do time da lavanderia. Claro que sabia que estava sempre do lado de cá do balcão: como usuária dos serviços e para tanto era bom que não se confundisse a familiaridade com permissão e concessão para abusos ou descasos.
Foi por isso que, um dia chegou indignada ao trabalho. E reclamou e desabafou com os colegas de repartição...
Naquele dia, próximo ao fim de ano, perto do Natal, resolvera levar a sua sacola de roupas para lavar, como sempre o fazia, diga-se de passagem, independentemente de datas ou festividades.
Chegou ao estabelecimento, saldou a atendente e entregou a sacola.
- Para qual dia a senhora quer sua roupa pronta? - Não sei... Para quando você pode me entregar tudo lavado e passado? (era uma sexta-feira) - Pode ser na quinta-feira da próxima semana? - Ah... Pode, pode sim!
E assim ficou acertado.
Na próxima semana, na data marcada, ela se dirigiu à lavanderia para pegar suas roupas lavadas e passadas. Foi quando a atendente da porta mesmo já começou a se explicar...
- Para quando ficou marcado? Era para hoje? Ih... Acho que não está pronto? - Como assim, não está pronto? - É que a senhoras sabe... Essa época do ano... O movimento aumenta muito.... - Não. Não sei. Deveria saber?
Respondeu com uma certa irritação e pensou com os seus botões: eu deveria saber? Eu não sou comerciante, sou a cliente e não pedi prazo, foi ela que marcou para esta quinta-feira. Que desaforo!
Foi quando ouviu a grande pérola da atendente:
- Quando for assim, a senhora me liga!
Como assim, pensou ela novamente. “Quando for assim, a senhora me liga!”. Quando for como ‘cara pálida’? Indagou-se mentalmente. Será que não seria o contrário? A Atendente é que tem a obrigação de me ligar e dizer que a roupa não está pronta, pedir desculpas e tentar negociar outra data. Agora, é muito engraçado: eu tenho que saber que o movimento da loja está intenso e que eles não estão dando conta do que acertaram!
Foi quando soltou a frase:
- Não, quando for assim VOCÊ me liga!
A moça ficou assustada com a assertividade dela e recuou. Desculpe-me, mas é que realmente temos pouca gente e muitos pedidos. A senhora entende, né?
(Não, não entendo, deveria entender? pensou)
Era a velha desculpa de quem está na prestação de serviços no Brasil. Um exemplo clássico do ‘jeitinho brasileiro’ que sempre acha que vai dar conta do contratado e nessa conta inclui sempre a paciência e compreensão do cliente. Um caso simples que pode perfeitamente se enquadrar em outros serviços como o aéreo por exemplo que nesta época do ano aposta no overbooking para vender mais, pega novas rotas para faturar mais sem aumentar seu efetivo e aposta na velha e boa paci~encia do brasileiro. Desta vez, ela não quis ser boazinha ou compreensiva:
-Não, não entendo. Bom, cadê minha roupa. Vou levá-la assim mesmo.
- Mas, ela não está passada...
- Não importa, para mim deu! E saiu da lavanderia com a sensação de que fez a coisa certa, mas com a certeza de que tinha nas mãos um problema: as roupas para passar.
Estava de volta ao trabalho. Depois de quatro dias de folga, tivera novamente que acordar cedo e levantar-se sem pensar no quanto desejaria ficar mais um pouco na cama.
Estava cansada, de ressaca. Mas, não era uma ressaca de bebida alcóolica. Não! Não havia colocado um gole sequer em sua boca. Aliás, assim seria pelo próximo ano, conforme promessa feita nesse fim de 2010: um ano inteiro limpa, clean, sem uma gota de álcool em seu organismo.
- Será que darei conta? Perguntava-se (e repetia) a indagação sempre que se lembrava das boas taças de vinho que degustava no fim do dia, principalmente nos fins de semana. Sabia que seria árdua a tarefa, mas prometera ao Santo e na hora de fazer o pedido e almejar a graça não hesitara em assegurar que cortaria o que mais lhe causava prazer no campo gastronômico. A graça foi alcançada. Agora, cumpra-se.
- Promessa tem que ser assim mesmo, senão não tem valor. Consolava-se.
Bom, a verdade é que naquele dia, em que retornava do ‘feriadinho’ de Natal estava cansada. Com ‘ressaquinha’ da folga.
Sim, porque folga também dá ressaca. Não sei quanto a vocês, mas ela ficava de ressaca de descanso. Seu corpo rapidinho se acostumava com o ritmo leve de vida como os horários generosos para acordar e a facilidade de não fazer nada quando decidia nada fazer.
A preguicinha logo invadia o seu ser e a retomada do trabalho era tarefa árdua. Acordava com sono, olhos pesados, edredom grudado em seu corpo. Tarefa difícil desgrudar-se dele.
Por tudo isso e muito mais, chegou ao trabalho calada, olhou em volta, ligou o computador e 'ensimesmadamente' escreveu em sua rede social:
BOM DIA A TODOS. BACK TO WORK, mas ainda de ressaca. Não de bebida, mas de descanso. qdo a gente tem um tempinho para nós mesmos, fica difícil retomar a rotina.
por katia maia Quisera todo trabalhador brasileiro poder chegar ao seu chefe, sua empresa, seu empregador e declarar que a partir de agora seu salário será reajustado em 60%. Esse é um típico caso do ‘todo mundo merece’. Mas, infelizmente somente poucos têm o poder de, na hora em que bem entender, declarar que está dado um aumento aos seus próprios rendimentos.
A verdade é que nesse departamento os nossos parlamentares foram bem eficientes. No final da manhã, enquanto a reunião da Mesa sobre o assunto ainda estava em andamento, apresentaram o texto na Câmara, aprovaram sua tramitação em regime de urgência e, em dois minutos, aprovaram o mérito.Depois, em menos de cinco minutos, o mesmo aconteceu no Senado.
O recém alfabetizado, palhaço e deputado eleito, Tiririca (esq.), conversa com Temer, presidente da Câmara (Foto:Sergio Lima/Folhapress
Enquanto projetos aguardam anos, décadas para serem votados no congresso Nacional, em apenas um dia, em votação relâmpago os digníssimos determinam que o brasileiro terá que pagar a partir de fevereiro 62% a mais no salários de vossas excelências.
O último aumento nesses salários havia sido em 2007. Desde então, a inflação acumulada foi de 19,9%, bem abaixo do que foi concedido deles a eles mesmos.
O triste é ver que esse aumento, que para presidente e vice-presidente chega a 130% é uma unanimidade entre o seleto grupo de autoridades legislativas e do executivo. Triste foi ver ‘recém declarado’ alfabetizado, deputado Tiririca, dizer que ‘teve sorte’ por visitar a câmara no dia em que se votava um aumento em causa própria.
Pior foi ver o presidente da república fazer brincadeira sobre o assunto e dizer que “o lulinha aqui’ vai ficar fora dessa boquinha.
Menos feio seria se ele esquecesse um pouco as brincadeiras para a platéia e no fim do seu mandato, no momento em que fazia seu balanço de oito anos, tivesse se lembrado do trabalhador brasileiro e recriminado o Congresso por dar a si mesmo um aumento acima do razoável quando costuma chorar muito na hora de reajustar o salário mínimo.
Lula já não precisava afagar os parlamentares, está saindo, e poderia ter dado ao fato a leitura que todo brasileiro fez: isso é um acinte!
Lembra da brincadeira do “não, nem eu”? Pois bem, vejo que ela saiu do âmbito lúdico e tomou corpo nos corredores políticos de nossa tão (injustamente) difamada Brasília. A coisa já acontecia, eu sei. Claro que não somos ingênuos ao ponto de imaginar que uma situação de honestidade e normalidade nos corredores do congresso.
Claro que a gente sabe muito bem que o velho discurso de falta de dinheiro para ações que realmente importam na vida do brasileiro (leia-se saúde, educação e segurança) são um mero discurso para encobrir a quantidade de falcatruas que rolam por debaixo dos panos.
Nesses últimos anos são emblemáticos os escândalos de desvios, desmandos e falta de compromisso com a coisa publica e Brasília, infelizmente – não fosse toda a sua fama de servir de abrigo para políticos que por si só dispensam comentários – agora carrega mais esse escândalo das emendas parlamentares que destinaram recursos SEM LICITAÇÃO para festinhas culturais e eventos patrocinados pelos institutos ‘x’ ou ‘z’.
Esse último, um tal de IPAM, teria recebido R$ 4,7 milhões de emendas de parlamentares petistas do DF. A sua diretora, Liane Muhlenberg, era assessora da senadora petista Serys Slhessarenko.
Era, porque foi exonerada no momento em que a senadora soube da história. Foi exonerada porque não cabia outra atitude à senadora que se disse “traída” por Liane e precisava livrar sua pele desse escândalo e preservar seu posto como relatora da Comissão de Orçamento.
Pois bem, essa tal de Liane se diz honesta e proba e refuta qualquer acusação contra ela. Ah, claro...
Mas, foi desonesta quando assinou uma declaração dizendo que não era funcionária do executivo ou do legislativo para conseguir verbas de parlamentares sem licitação. É vedada a destinação de verba pública a institutos presididos por servidores de um dos poderes.
Depois, de ser pega ‘no pulo’ como se diz na minha terra, essa Liane vem com aquela velha desculpa: “eu não sabia, foi um descuido, uma desatenção, um equívoco”. Ah, claro! Equivoco! Assinar um papel declarando que não é funcionária do legislativo para ter acesso a recursos milionários sabendo que é contratada há três anos pelo gabinete de uma senadora. Isso para mim não é equivoco, é má fé.
Mas, depois que desculpa entrou no mundo serviu de explicação para muita coisa e é uma ferramenta muito utilizada por quem faz errado e pensa: qualquer coisa eu digo que não sabia, não fui eu etc... Fácil, extremamente fácil.
Minha primeira obra literária não é bem uma obra MINHA, mas conta com a minha modesta participação de 140 toques. O livro TOC 140 escolheu os cem melhores poemas tweetados com 140 caracteres.
Livro editado a partir dos 100 melhores twwetpoemas enviados à Fliporto
Bom, neste fim de semana, recebi em minha casa a edição do livro e, confesso, fiquei bem feliz. Promovi uma leitura coletiva entre mim e meus filhos para que pudéssemos apreciar essa nova modalidade de literatura que surge a partir da criatividade condensada e instantânea das redes sociais.
O meu poeminha, modesto, está editado na página 137 e diz o seguinte:
Poeminha editado na página 137
"Se quiser saber quem eu sou, não me pergunte. Sinta-me. Vê? Estou falando.Não ouve? Acho que perdeu os sentidos. #TOC
Meus filhos ouviram e me disseram: mãe, sua cabeça é mesmo doida! Doida ou não, minha cabeça é um turbilhão de pensamentos, hipóteses, conjecturas. Não paro nunca de pensar e dessa forma sigo dessa forma: às vezes atormentada, às vezes anestesiada.
Só sei que tudo é uma questão do nada. Agora mesmo tento não pensar e esperar. Aguardo que a vida se resolva e dê solução para as minhas angustias que, muitas, me tiram o sono e me agitam o coração.
Achava que nada era coincidência e que as coisas aconteciam de uma maneira ou de outra porque seguiam a lógica da conspiração do universo – às vezes a favor, ás vezes contra.
A verdade é que não conseguia parar de pensar no que acontecera e naquilo que poderia suceder se a ordem dos fatos fossem semelhantes à outras vividas em épocas diferentes.
Isso era ser fatalista? Não sabia. No seu entendimento tudo tem uma razão de ser. Só que em muitos momentos, não conseguia perceber o porquê de tudo ser da forma como era.
Estava triste porque desta vez, a bola da vez, era uma seqüência de fatos que já a fizera muito triste e tinha medo de que a força do destino a fizesse sofrer novamente.
E assim pensava: o que fazer para reverter essa sensação pessimista? Uma hora agarrava-se às preces e pedia a todos os anjos e santo que nada fosse do jeito que já fora um dia.
Em outro momento, valia-se da crença de que os fatos e a vida são determinados pela nossa capacidade de crer na reversão ou não do momento. Por isso, pensava, visualizava e agradecia o êxito em seu propósito. Era a hora de usar a força da mente.
Também tinha outra tática – essa já era utilizada por ela desde seus tempos de adolescente. Era simples, costumava identificar a data do dia”D” e pensava: no dia seguinte, esse problema já estará solucionado seja para o bem ou para o mal. E assim não sofria tanto com a tensão pré-decisão.
Essa última tática costumava dar certo e as estatísticas revelavam que o seu desfecho tinha sido até hoje mais favorável do que contra. E até o fato de pensar sobre isso a fazia pensar que desta vez também prevaleceria o final feliz. Assim seja.
Ao percorrer Alemão e Penha, Folha ouve relatos de violência policial e de alívio após o sumiço dos traficantes do morro
(Foto: artefatos explosivos com iniciais do Comando Vermelho apreendidos pela polícia do RJ. Rafael Andrade/Folhapress )
Tudo isto é Complexo: 1) policiais conhecidos como Xavier, Birrô, The Flash e Júnior do Ipase, do 16º BPM, andam por ruas da favela da Vila Cruzeiro com a intenção de instalar uma nova milícia; 2) porcos estão comendo corpos de traficantes mortos pela polícia na mata da serra da Misericórdia; 3) traficantes, que estavam cercados pela polícia, fugiram de madrugada por escadaria escondida em beco que desemboca no número 270 da estrada do Itararé; 4) traficantes cercados desde sexta-feira pagaram R$ 1 milhão por cabeça para saírem de favela dentro de blindados da polícia; 5) moradores agora dizem que, sem traficantes, podem mandar os filhos à escola; 6) a polícia de fato assumiu o território antes controlado pelo tráfico, apreendeu grande parte do estoque de drogas e armas e assim aniquilou o que antes era o quartel general do CV. Complexo é a palavra que abarca região de dezenas de favelas e define o emaranhado de acusações e problemas que ganharam voz livre desde domingo. Foi quando a policia e as Forças Armadas concluíram a expulsão de traficantes que dos Complexos do Alemão e da Penha. A Folha passou cinco horas ouvindo moradores e circulando nas favelas da Penha e do Alemão. (Leia mais na FSP)
Esse fim de ano tem tido para mim um sabor de tormenta e calmaria. Algo como nuvens escuras que pairam sobre minha cabeça e ameaçam soltar raios aleatoriamente e momentos de pura poesia como um arco-íris a traspassar minha alma e me fazer refletir e acreditar que tudo pode dar certo.
Dias de tormenta
Alterno momentos de pura conjunção com o universo que me rodeia e instantes de raiva e acidez com os que me rondam. Sou pouca simpatia e pura empatia. Vivo no alto e despenco para o fundo do poço. Sou harmonia e misantropia.
Dias de calmaria. De repente dou as mãos ao desconhecido e viro as costas para os mais próximos. Sou absoluta compreensão e a mais completa ingratidão. Grito e ensurdeço a audição de quem é só ouvido para mim e peço humildemente atenção do estranho do outro lado da rua. Sou e não sou, penso e desprezo. Neste fim de ano sou um pouco, sou muito, sou quente, sou fria. Sofria...
Esse mundo politicamente correto a cada dia me surpreende mais. Eu já andava com um pé atrás em relação ao que se fala das cantigas infantis que, segundo a boa prática politicamente correta, não se deve mais cantar ‘atirei o pau no gato’, mas: ‘NÃO atirei o pau no gato’.
A cantiga do cravo, aquele que brigou com a rosa, também foi alvo de críticas pois incita a violência. Agora, pasmem: os livros de Monteiro Lobato correm o risco de serem banidos das escolas públicas porque estão sendo considerados racistas em alguns trechos!
Para que isso não aconteça, o CNE, em parecer publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União, sugere que trechos racistas sejam reescritos ou que obra seja acompanhada de "estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura".
Na boa: mexer em obra de arte é um crime contra o patrimônio publico. Eu cresci lendo Monteiro Lobato e cantando as respectivas cantigas já citadas e posso dizer: não sou violenta ou racista – nem por isso nem pela falta disso. Simplesmente não o sou porque me foram passados valores que independiam de canções que eu cantarolava. As cantigas eram apenas um momento de lazer entre crianças sem a menor intenção de ser racista.
Para mim, o mundo politicamente correto está passando dos limites. Quando Monteiro Lobato escreveu em seu livro que a “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão”, ele não estava querendo depreciá-la, mas apenas retratar a cena com uma linguagem que cabia na época. É o retrato de um momento. Se formos reescrever todos os clássicos que se referem aos afro descendentes como pretos teremos que descaracterizar nossas obras.
Eu li as Caçadas de Pedrinho e não me lembro de sair chamando coleguinhas á minha volta de macaco por causa das linhas escritas no livro. O problema é que o mundo politicamente correto termina enxergando o que não existe em lugares onde não há o que se reprimir.
O grave está, isso sim, em diálogos depreciativos que presenciamos diariamente em novelas, séries e programas de televisão. Lá, sim, eu vejo filhos desrespeitando pais, amigos depreciando colegas e humoristas de mau gosto fazendo caricaturas de homossexuais e até de negros. Isso, para mim é de extremo mau gosto. Isso sim desvirtua valores e forma uma geração de crianças e jovens sem respeito pelo próximo.
Ah, tem ainda os jogos de videogame, ou Playstation, como é chamado hoje. Esses mostram pessoas matando-se umas as outras e incita a violência. Há ainda a internet, que traz muita coisa ruim para a vida de nossas crianças e jovens.
Agora, dizer que uma obra de Monteiro Lobato é racista e deve ser reescrita ou banida! Isso para mim é um desaforo! Perdeu-se a noção do razoável. Pois que se leiam os livros do autor do Sítio do Picapau Amarelo e se contextualize para as crianças a época em que foram escritos (se é que isso é preciso. Afinal, não devemos tratar nossas crianças também como débeis).
O que não dá é ver maldade em tudo. É, realmente, Monteiro Lobato escreveu As Caçadas de Pedrinho com o intuito racista. Muito boa essa.
O parecer que pede que o livro ‘As Caçadas de Pedrinho’ seja banido das escolas públicas foi aprovado por unanimidade pela Câmara de Educação Básica do CNE e foi feito a partir de denúncia da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.
Pronto! Agora, o país pode novamente respirar seu ritmo normal de vida. Acabaram-se as eleições e podemos levar nossas crianças à escola, ir para o trabalho, sair para o almoço etc, sem ter que enfrentar no dial do rádio a ‘desestimulante’ propaganda eleitoral.
Sim, porque no primeiro turno fomos obrigados a engolir as patéticas inserções de candidatos a deputado que muitas vezes não sabiam nem mesmo pronunciar seus nomes direitos. Não era raro ouvirmos um sonoro ‘pobrema’ aqui ou acolá.
Já no segundo turno, nossos ouvidos foram inundados por acusações, ofensas e baixarias polarizadas entre os dois que restaram para essa etapa final das eleições.
Bom, a verdade é que tudo se definiu e agora temos que trabalhar com o cenário que as urnas desenharam. Que não é bom nem é ruim, mas democrático, eu diria. Há quem se sinta perdedor, há quem saia vencedor. Mas, democracia é isso: é preciso perder para que se possa ganhar.
Mas, olha, independentemente de ideologias, o que eu espero daqui para frente é que o Brasil melhore. Não importa se torcemos pela Dilma ou pelo Serra. O que importa é que, agora, temos que torcer pelo Brasil e isso significa a esperança de que a presidente eleita faça o melhor pelo país.
Meu filho mais novo me perguntou, frente ao resultado das urnas: -mãe, se a Dilma fizer um bom governo, você vota nela nas próximas eleições? Ao que eu respondi: - filho, eu voto sempre em quem fizer o melhor pelo Brasil. É isso que importa, é nisso que temos que acreditar.
Não sou do time que fica torcendo para que o eleito faça o pior só para provar que eu estava certa ou não. Sou do time que espera que o futuro seja melhor e que aquele eleito pelo povo faça valer todos os votos que recebeu.
A verdade é que é isso que todos nós esperamos: que os governantes façam o que for melhor para o povo e para o país. A verdade é que estamos cansados de tantos escândalos, acusações, baixarias. A verdade é que agora temos que torcer para que as coisas andem no caminho certo e que a fiscalização e a transparência estejam sempre a postos para mostrar o que está encoberto e camuflado.
Sei que não é fácil. Sei que há esquemas, sei que nada muda de uma hora para a outra. Acho até dificil que se mude porque está tudo tão arraigado na forma de se fazer política nesse país, mas, acredito também que o Brasil tem avançado e evoluído no que se refere à vigilância sobre os equipamentos públicos.
Claro que não sou ingênua ao ponto de pensar que os esquemas irão acabar (claro que não). Mas, sou brasileira e não desisto nunca de acreditar que um dia, quem sabe...
O que dizer dessa campanha eleitoral que se encerra no domingo? Àminha cabeça só vem uma frase: ainda bem que terminou! Eu já não agüentava mais esse festival de acusações e disse me disse de parte a parte.
A minha opinião, na boa, é que a gente ficou com o pior que havia de opção. Não digo nem em relação aos nove candidatos que se candidataram nessas eleições, porque nesse departamento, aqueles cacarecos são realmente deprezíveis e não valem nem menção.
Falo é de melhores opções pelo país. Acho que o povo brasileiro merecia ter a opção de escolher entre algo melhor do que uma candidata que saiu da cartola e da cachola do Lula e um candidato que tem a cara do ultrapassado.
Não quero com isso dizer que um significa avanço e outro retrocesso. Não, não é isso. Quero dizer que para mim, um pelo outro é trocar seis por meia dúzia. São duas faces da mesma moeda. São dois produtos ruins que, independentemente de quem ganhar, não vai levar o país para mais nem para menos. Vão simplesmente continuar tocando o que já está consolidado.
Na boa, não há como voltar atrás e essas (para mim) é uma das muitas mentiras e ameaças que se levantaram nessa campanha. O Brasil hoje é outro e essa história de que pode retroceder é conversa para boi dormir. Não há como. Vivemos momentos absolutamente distintos da década de 80, 90 e até do início do ano 2000.
Se o Brasil é hoje o que é, isso tem a ver com um processo. Uma série de fatos que foram ocorrendo e que nos levaram a ser um país um pouco menos injusto e um pouco mais reconhecido no cenário internacional.
Isso tem a ver (até) com presidentes notadamente ruins como o próprio Collor que, quer queira quer não, foi quem promoveu a abertura da nossa economia e isso tem seu peso na trajetória do país até os dias de hoje.
E poraí vai: Sarneys, Itamars, FHCs e o próprio Lula. Todos com o seu ‘dark side’, nenhum totalmente bonzinho ou mauzinho.
Mas olha, dessa vez, me sinto numa sinuca de bico. Até tentei, no primeiro turno, dar uma ‘aditivada’ na Marina Silva que, eu sabia e vinte milhões de eleitoras também, não se elegeria. Mas, queríamos mostrar que não concordávamos com a eleição plebiscitária que se formava.
Marina veio e com pouquíssimo tempo na mídia mostrou que há uma parcela grande da população que diz não para um e para o outro candidato que nos deixaram como (falta) de opção nesse segundo turno.
Não acredito em nenhum dos dois. Mas, infelizmente (ou felizmente) sou o tipo de pessoa que não aceita que decidam por ela e, confesso, não conseguirei anular meu voto nesse 31 de outubro.
Portanto, na condição de branco ou nulo, no domingo irei até a Zona Eleitoral número 14, na Escola Classe 102, Na Asa Norte, em Brasília, vou me posicionar e sob protesto optar por uma das duas pífias opções que me restaram.
Se há uma coisa que especialmente me incomoda nessa reta final de campanha é a forma como o presidente Lula sai em defesa de sua candidata. Tudo bem. Acho absolutamente legítimo que ele defenda a Dilma Roussef. Afinal, ela é a escolhida por ele e por ele foi imposta a tudo e todos do seu partido, inclusive. Agora não tem mais jeito é ela e acabou.
Mas, eu queria dizer uma coisa: presidente, eu não autorizo o senhor a defender a Dilma quando estiver me representando. Na hora em que estiver em solenidade oficial, exercendo o seu cargo de presidente, o senhor é funcionário da gente: povo brasileiro e como tal, me incluo nesse bolo.
Sendo assim, eu não o autorizo a levantar hipóteses, formular suposições e emitir opiniões sobre esse ou aquele candidato quando estiver falando em meu nome como presidente eleito - por mim e por dezenas de milhares de brasileiros.
Lula levantou a tese da 'farsa' cerimônia de inauguração das novas instalações do Campus Porto da Universidade Federal de Pelotas (Foto:PR)
Acredito estar havendo uma confusão (muito básica entre os políticos brasileiros) entre o que é público e o que é privado. Caso o senhor ainda não saiba, quando está participando de eventos oficiais, seja aqui no Brasil ou fora dele, o senhor está falando em nome de 190 milhões de brasileiros, independentemente de qualquer posicionamento político. Então, não cabem, aí, as suas opiniões pessoais. Guarde-as para seus momentos particulares.
Não entro aqui no mérito da bolinha de papel – se quicou ou não, se foi uma farsa ou não etc -. Minha preocupação aqui é com o fato de o senhor expor como presidente uma opinião que é do cidadão Lula.
Peço-lhe, portanto, encarecidamente: deixe para ser o Lula amiguinho e defensor da Dilma quando estiver fora do seu horário de serviço. Fica muito chato ver o senhor falando em meu nome, coisas das quais eu não pactuo.
Lula durante visita às novas instalações do Campus Porto da Universidade Federal de Pelotas
O senhor é presidente de quem defende ou critica a Dilma. O senhor fala em nome de quem está deste ou daquele lado político. Portanto, não deve desprezar os brasileiros que discordam da sua candidata petista.
Não se aproprie do microfone oficial do governo para falar mal desse ou daquele brasileiro. Deixe isso para os seus momentos particulares, ao lado de sua candidata e em eventos de campanha.
Passei três dias totalmente offline do dia a dia político do país e quando volto me deparo com a discussão sobre bolinhas de papel, fitas crepes e bexigas de água. Objetos arremessados contra os nossos dois presidenciáveis nessa reta final de campanha. Momento em que os ânimos começam a se acirrar e que os eleitores começam a assumir suas posições a favor ou contra este ou aquele candidato.
Estive no interior do país, em uma cidade chamada Três Lagoas, próxima à divisa do Mato Grosso do Sul com São Paulo. Não é tão interior assim, porque afinal está pertinho do poderoso estado de São Paulo.
É uma cidade próspera e com uma profusão de indústria se mudando para lá. A minha opinião é que, em pouco tempo, Três Lagoas vai bombar.
Mas, mesmo assim, inacreditavelmente, demorei 12 horas para sair do município sulmatogrossense e chegar à capital do país. E isso foi o que me chamou mais atenção: uma cidade próxima ao estado de São Paulo, com estradas de acesso ótimas e eu tive que fazer uma viagem de 12 horas para sair de lá e chegar a BRASÍLIA.
Bom, mas isso é assunto para outro post. Para falar, aliás, do que vi nos aeroportos por onde passei. Aeroportos de um país que sediará dois grandes eventos esportivos mundiais – Copa e Olimpíadas, até 2016.
Bom, voltando ao meu retorno do universo paralelo para o universo da política... Cheguei ontem em casa às 23h e ao assistir ao Jornal da Globo fiquei sabendo da historia das bolinhas, bexigas e fitas crepes.
Hoje pela manhã, no trabalho, percebi que essa é a discussão do momento: houve farsa ou não houve do PSDB na hora de faturar em cima da bolinha ou da fita crepe? Vi na reportagem e li nos jornais, que o presidente Lula se posicionou fortemente sobre o assunto e condenou e abraçou a versão do que chamou de farsa.
Vi e li também, que imagens feitas por um repórter da Folha captou imagens em momentos diferentes ETs etc etc. que uma coisa é uma coisa e outra coisa é... Outra coisa!
Bom, para mim, o que tem que ser levado em conta é que é inadmissível que candidatos sejam atacados por qualquer tipo de objeto, leves ou pesados. Isso é vandalismo e não há espaço para tal atitude em qualquer situação.
Uma simples bolinha de papel carrega nela a intenção de atingir. Uma simples bexiga d’água idem idem da mesma forma. Não dá para a gente discutir a farsa antes de se levantar a agressão.
Se houve farsa ou não do PSDB, isso é outra história. Isso também não cabe. Aliás, farsa é a palavra dessa campanha eleitoral. A tal da farsa surgiu, transitou, dominou e pautou grande parte do processo eleitoral que foi recheado de denuncias, acusações e manipulações.
Lamentável para o eleitor que termina se envolvendo na discussão e não percebe que está sendo levado pela onda de acordo com o lado que pretende defender. A verdade é que não dá para acobertar qualquer ato de agressão a quem quer que seja, com quaisquer objetos. Não dá para pautar a discussão no simples fato: a bolinha quicou ou não quicou?
Alguém duvida que o resgate dos 33 mineiros chilenos vai virar casede grandes empresas para treinamento em grupo, de liderança e de convivência em situações adversas e de limite?
O espírito de sobrevivência desses trabalhadores que ficaram soterrados por 70 dias e conseguiram conviver, suportar e sobreviver (uns aos outros) a 600 metros de profundidade é um exemplo para milhares de pessoas.
Primeiro mineiro resgatado, Florencio Ávalos chega à superfície às 0h11 desta quarta-feira
E o exemplo vale para qualquer situação de sociabilidade: em família, no trabalho, entre amigos e por aí vai. Quantas vezes a gente não suporte nem olhar na cara de alguém por nada. Isso tudo num ambiente aberto, arejado e farto.
Quem duvida que muitas empresas vão criar verdadeiras ‘minas’ nas profundezas de cursos de imersão? Agora, o estudo sobre o que se passou dentro da mina durante os mais de dois meses, o que os 33 homens faziam, conversavam, pensavam... A que se apegaram para sublimar a situação? Que tipo de atividade desenvolviam para não enlouquecerem?
O segundo mineiro a ser resgatado, Mario Sepúlveda. Foi o mais animado ao emergir.
Eles são realmente um exemplo de organização, tolerância e perseverança. A partir de agora, cada um desses mineiros vai virar um consultor para o mundo corporativo, para congressos de psicanálise e terapia e para nós mesmos que acompanhamos de perto a operação que durou menos de 24 horas, menos da metade do previsto e terminou tão bem.
Eu confesso que somente a idéia do resgate que fez com que cada um ficasse em média 15 minutos em um tubo, cercado de concreto, já seria um teste supremo para a minha natureza claustrofóbica.
A forma como cada um dos mineiros se comportou no trajeto – havia o receio de que tivessem crise de pânico, falta de ar, desmaios etc - foi outro exemplo de autocontrole, Não houve nada. Todos tiveram o controle completo de seus organismos e subiram. Nasceram novamente do útero da terra localizado a 660 metros de profundidade.
Luis Urzúa Iribarren, de 54 anos, último mineiro resgatado.
Esse case realmente é de sucesso e não há como negar. Agora, temos que ouvir o que os mineiros têm para falar e assim quem sabe aprender mais sobre a convivência do ser humano em sociedade.
Até que a história invada as telas de cinema - como ficção e documentário - e ainda as prateleiras das livrarias uma coisa é certa: a vida deles daqui para frente será completamente diferente. Agora, são celebridades.
Foi aberta hoje, no Museu Vivo da Memória Candanga, a exposição Cartas de Brasília. Um acervo que reúne cartas trocadas entre os pioneiros e que por meio delas conta a história da construção de Brasília.
Este blog conversou com Márcia Turcato, jornalista e uma das idealizadoras do projeto Cartas de Brasília. Ela e sua sócia, a socióloga Tânia Ribeiro conseguiram reunir um acervo rico de cartas, fotos e objetos que traduzem o momento e as histórias de centenas de pessoas que na década de 60 deixaram suas terras de origem e vieram para o Planalto Centralajudar a materializar o sonho de JK.
Entre as cartas, histórias pitorescas como a de um servidor público que pede a mão de sua amada por carta ou a de um casal que jura amor eterno por carta e decide que estarão sempre juntos em qualquer lugar do país. Os dois terminam vin
do parar em Brasília.
A exposição, que fica aberta ao público de terça a domingo, entre as 10h e às 17 h, começa hoje e vai até o dia 19 de dezembro. Um oportunidade imperdível para quem nasceu em Brasília, ou veio para a cidade e aqui terminou ficando ou mesmo para quem está de passagem. Brasília faz parte da vida de todos os brasileiros e as Cart
as são documentos eternos que retratam o sentimento e o sonho de quem acreditou que a nova capital era possível.
Abaixo, você confere a entrevista que este blog fez com Márcia Turcato e com Daiana Castilhos, produtora da exposição. Confira e divirta-se
com as histórias por elas contadas.
Blog: o que é a exposição Cartas de Brasília?
Márcia: nós pensamos a exposição Cartas de Brasíliapara fazer uma homenagem aos pioneiros tendo como marco referencial os 50 anos de Brasília. Então no ano passado, eu e a minha sócia nesse projeto, a Tânia Ribeiro, nós começamos a entrevistar variso pioneiros que deram origem à cidade, em busca de correspondências trocadas entre eles para contar uma faceta da historia de Brasília que ainda não fosse conhecida. Essatroca de correspondência que traz todo um lado emocional e conta a historia de Brasília e felizmente agora esse projeto que começou com um blog será transformado em exposição a partir do dia 10 de outubro a 19 de dezembro no Museu Vivo da Memória Candanga.
Tânia Ribeiro e Márcia Turcato. Foto: blog Cartas de Brasília
Blog: quem for à exposição, o que encontrará por lá?
Márcia: a exposição tem um lado muito emocional porque é possível ver o inicio de Brasília desde 1956. Nós temos fotos e cartas que estarão em exposição ao público protegidas em vitrines e algumas foram escaneadas e serão projetadas. Então tem a historias das escolas que chegaram na Cidade Livre, que hoje é o Núcleo Bandeirante e que ajudam a contar essa historia de pioneirismo, de ineditismo e de coragemque foi esse grande empreendimento do sonho de JK e de Dom Bosco e de todos que acreditaram nessas duas grandes figuras da história do Brasil.
Nós teremos também uma brinquedoteca para as crianças com brinquedos da época, antigos, também pipas... Eu acho que será uma viagem do tempo, um verdadeiro túnel do tempo.
Blog: estas cartas vão estar disponíveis para serem lidas pelo publico?
Márcia: as cartas, algumas serão projetadas, algumas estarão em vitrines e mu
itas delas contam do catálogo da exposição – muito bonito, muito bem preparado -com a participação da Isabela Mangasanta e da Daiana Castilho que nos ajudam nesse processo. É um catalogo bem grande de 70 páginas com fotos e as cartas.
Tânia Ribeiro: um sonho contado por cartas. Foto: blog Cartas de Brasília
Blog: Existem casos pitorescos contados por meio das cartas?
Márcia: existe o caso de um pedido de casamento por carta. O contador, senhor Laudelino, que foi pioneiro em Brasília, conheceu a noiva Jurides, na repartição pública onde trabalhava, se apaixonou perdidamente e mandou uma carta ao sogro que morava no Rio de Janeiro, antiga capital, pedindo a mão da Jurides em casamento.
O futuro sogro respondeu por carta que sim, que havia se informado sobre o Laudelino, sabia que ele era um moço correto e que concordava com o casamento.
Essa é uma relíquia que nos temos e tem uma outra mais antiga ainda, de 1938,trocada entre noivos que garantem amor eterno e um jura para o outro nessa carta que estarão juntos em qualquer lugar do Brasil. E, então, em 1960 eles chegam em Brasília.
O senhor que assina essa carta, o senhor Fernando, depois ele ficou conhecido como o pai do cinema em Brasília porque ele conseguia documentários e filmes nas embaixadas e projetava no prédio dele na Asa Sul.
São historias assim bastante peculiares que resgatam o lado lúdico e realmente bastante emotivo da cidade. Vale a pena conhecer.
Blog: É uma exposição para passar horas lá dentro?
Márcia: É verdade.Tem muita coisa para ler, muita coisa para olhar. O próprio museu tem um acervo permanente que pode ser visitado e visto.
É importante salientar que nós conseguimos o apoio dos Correios que nos apóia nesse projeto porque ao mesmo tempo que a gente conta a historia de Brasília, a gente conta a historia da correspondência. Nós temos uma coleção de telegramas recebidos pelo Dr. Nardelli que é um ginecologista e pediatra pioneiro – da formatura e do casamento dele.
Há histórias de cartas endereçadas ao JK de telegramas que ele também enviou aos parentes e o próprio JK foi telegrafista.
Então, é muito importante essa conexão que existe entre o nosso projeto e a história da correspondência, a historia da comunicação no país e no mundo.
Blog: Essa exposição encerra um projeto ou ele continua?
Márcia:A gente tem vontade de continuar abrindo outras facetas com o foco em Brasília. Temos algumas idéias, mas ainda é prematuro falar.
Daiana Castilho – Produtora
Blog: como foi materializar esse projeto que conta a história de Brasília por cartas?
Daiana: a partir da iniciativa das curadoras Márcia Turcato e Tânia Rivbeiro, nós fomos convidados pelos Correios para produzir o evento e transformar a pesquisa delas em uma exposição, em algo palpável.
O que a gente apresenta para vocês é uma exposição com 150 documentos entre cartas, objetos, telegramas... Enfim, uma serie totalmente inédita sobre Brasília e seus pioneiros. Eu sou Brasiliense e para mim também tem sido uma grande aventura participar dessa experiência.
Blog: Como brasiliense, o que você pode falar para o público da exposição?
Daiana: a exposição apresenta ao publico em geral um acervo completamente inusitado. São historias pessoais, aventuras das pessoas que vieram para a construção de Brasília e peculiaridades muito específicas de parte da historia de Brasília que nos mesmos não conhecemos.
Fotografias que apresentam a arquitetura durante o momento da construção e que nós nunca tínhamos visto. A primeira casa construída no Lago Sul. O lago Paranoá enchendo, o primeiro barco que foi feito por um dos pioneiros para subir junto com a água do lago e que se chamava Jussara em homenagem a JK e dona Sarah Kubitschek...
Enfim, são muitas novidades. O importante é que a exposição apresenta um olhar diferente sobre a historia da capital. Um olhar mais emocionado e mais participativo. Toda essa gente que veio para Ca e transformou esse sonho em realidado.
Blog: ela abre no dia 10 de outubro?
Daiana: Isso, no dia 1º de outubro, até 10 de dezembro. No Museu Vivo da Memória Candanga que fica em frente à Candangolândia e ao Núcleo Bandeirante e o horário de visitação é de terça a domingo, das 10 às 17 h.
Blog: a exposição deve ir para outro estado?
Daiana: ela abre aqui em Brasilia e há um projeto dos Correios de levar para o Rio de Janeiro também.
Ouça a integra da entrevista com Márcia Turcato e Daiana Castilhos
Tem hábitos que a gente adquire com o passar do tempo, há outros que a gente abandona com o avançar da idade, mas, existe um em especial que eu reluto em incorporar ao meu dia a dia embora saiba que será cada vez mais necessário em minha vida: o uso da agenda.
Lembro-me criança, na escola, quando a professora me obrigava a escrever na agenda a tarefa de casa e eu não suportava. Tinha comigo a certeza de que minha memória era muito melhor e mais eficiente do que aquela perda de tempo que me exigia dedicar preciosos minutos da vida ao ato de anotar o dever para casa.
Bom, tenho que dizer que isso mudou. Claro. Não tenho mais uma professora ao pé do meu ouvido exigindo que eu escreva a tarefa na agenda, mas tenho na minha cola o fantasma do esquecimento que insiste em povoar minha memória.
Memória que, aliás, devo confessar, já não suporta mais toda essa grande quantidade de dados o que me invade os pensamentos a cada instante. Sou obrigada a fazer uma limpeza no disco rígido com freqüência. Chego até a pensar que essa limpeza está acontecendo automaticamente e de forma rápida demais para meu entendimento.
É comum eu só me lembrar do que deveria ter feito durante a semana na sexta-feira. E aí... Bom, aí o tempo já passou, a semana já está no fim e tenho que reprogramar tudo para ‘la semaine prochaine’ como diriam os franceses.
Até coisas que tenho que fazer no fim-de-semana terminam caindo no esquecimento se não faço uma listinha. Sem essa relação, o sábado voa, o domingo vai embora e então vejo que as coisas que deixei para resolver no dois únicos dias livres da minha semana (e da de todo mundo, claro) foram novamente procrastinadas (adoro essa palavra) e aí começa tudo de novo!
Bom, então, levando em conta as considerações feitas anteriormente, eu comunico que o uso da agenda em minha vida está oficialmente instituído a partir desta data e para começar já escrevi minha primeira tarefa do fim-de-semana: olhar a agenda!
O que dizer de algo que muito se espera, se anuncia para breve e demora a acontecer? A espera do brasiliense pela chuva, este ano, está ficando cômica para não dizer trágica. Há pelo menos cinco dias aguardamos ansiosamente pelos primeiros pingos de água. A coisa virou uma crônica de uma chuva anunciada.
Desde o início da semana, o tempo tomou ares diferentes, a paisagem ficou mais cinza e uma combinação de névoa (seca, claro), nuvens e fumaça criou sobre nossas cabeças o que mais se assemelha a uma estufa.
Olhamos para o céu e vemos o prenuncio de chuva. Sentimos que ela se avizinha e sabemos que virá cedo ou tarde (o que é pior). Os relatos já começaram a acontecer. Vieram com o vento que se fez forte nesta quarta-feira, e, noticiaram os ‘moços’ da mídia, atingiram 70km/hora.
- Eu vi hoje na TV que os ventos aconteceram em boa parte da cidade. Disse um companheiro de corrida. Estávamos no nosso treino do fim do dia e ele relatava momentos que viveu em um outro passado ao enfrentar ventanias fortes na capital do país.
- Eu soube que choveu em Riacho Fundo (o nome não podia ser mais apropriado). Escreveu outro - colega de profissão - em sua rede social na internet.
- Chuva vem me dizer, se eu fosse lá em cima derramar você... Cantarolou uma amiga próximo à minha mesa de trabalho.
A verdade é que a chuva já mandou sinais de que está a caminho. Alguns juram que já a viram e/ou sentiram e as imagens no telejornal local da noite já registraram a presença dela. Mas, confesso:
Para mim, ainda não aconteceu. Para mim, a chuva só será chuva mesmo quando cair ‘com força e com vontade’ no centro da capital, nas avenidas largas do Plano Piloto, e simultâneamente no entorno próximo, de forma homogênea para que todos possam confirmar sua presença. Caso contrário, para mim, será apenas alucinação de transeuntes do planalto central.
Parece história de pescador:
- lá onde eu moro caíram uns pingos.
- ah, pois na minha rua choveu mesmo!
Bom, hoje à tarde, senti uns respingos no parabrisa do meu carro, lá pelas 14h, numa entrequadra das quatrocentos, na Asa Norte. Olhei para cima animada, estacionei o carro, sai e... Nada. Acho que até eu já estou tendo alucinações com essa chuva que não vem.
Acho bom ela cehgar logo porque começo a me desesperar com o esperar. E pelo jeito, este ano, depois de mais de 125 dias de greve, a chuva não está aceitando negociação. Mandou dizer que só vem na hora em que achar melhor. A nós, resta a ansiedade, a impaciência e a resignação – tudo junto. Porque essa coisa de chuva é coisa de mandacaru quando ‘fulora’ na cerca.
Gosto de todas as estações do ano. Adoro observar as mudanças que cada uma opera no cenário que nos envolve. O verão é mais brilhante, me remete à idéia de maior energia para fazer as coisas. Algo como: aproveitar os raios solares para nos impregnarmos de luz.
O outono deixa tudo mais reflexivo. A queda das folhas, o tom pardo que é dado ao mundo que nos rodeia me enche de vontade de refletir, pensar, avaliar. Adoro ficar olhando por longos momentos as folhas que caíram das árvores. Faço isso no parque da cidade. Sento num lugar bem confortável e ali mesmo dou início a uma espécie de terapia. Para mim, o Outono traz a idéia de mudança. Tudo muda e para isso é preciso renovar... Viver.
O inverno... Bom, do inverno, o que eu mais gosto (mesmo) é do frio (ainda bem, rs). Sou uma pessoa muito friorenta, não gosto de sentir frio, mas adoro o frio. Pode? Pode! É que no inverno as roupas ficam mais belas, o ser humano tende a se aconchegar mais e o carinho e a solidariedade (penso assim) se espalham por todos os cantos. É nessa estação que voluntariamente nos mobilizamos para dar calor a quem precisa. Devia ser sempre, mas acontece com maior freqüência no inverno.
Tororó: uma boa cacheira para aliviar o calor é sempre uma boa pedida.
Agora, a Primavera... Ah, a primavera! Essa, tenho que confessar, é a minha preferida. Acho que ela traz um pouco de cada estação com um ‘plus’: as flores! Há no mundo algo mais inspirador, mais suave aos olhos, mais terno do que as flores colorindo os espaços vazios de nossa rotina e nossa vida?
Está certo que aqui em Brasília, completamos também, com a chegada da primavera mais de 120 dias sem chuva. Um terço do ano sem que uma gota de água caia sobre nossas cabeças. Uma verdadeira tortura diária para quem tem que enfrentar umidade relatica do ar em 10%.
Mas mesmo com essa secura impressionante, com toda a paisagem coberta de barro e ainda com todas as queimadas que criminosamente insistem em extinguir as maravilhas da Primavera, ela chegou! E eu celebro com todas as minhas forças as flores e cores que nos rodeiam e que daqui pra frente estarão cada vez mais presente em nossas vidas até que o verão nos alcance novamente e tudo se reinicie.
É com enorme alegria que venho divulgar que esta que vos fala foi uma das selecionada no concurso de 'minipoesias' da Fliporto - Feira Internacional de Literatura de Pernambuco. O concurso ocorreu em duas etapas e se propunha a selecionar as cem melhores poemas que serão publicados na coletânea "Os cem melhores poemas do TOC140".
Abaixo, conto toda a história que me levou a escrever em 140 caracteres o poema selecionado:
@katiamaia: Se quiser saber quem eu sou, não me pergunte. Sinta-me. Agora, vê? Estou falando. Não ouve? Acho que perdeu os sentidos TOC Katia Fabiana Chaves Maia – Brasília, DF
O pensamento em 140 caracteres
De repente começou a pensar em tudo editado, conciso e em poucas palavras. Sentira um pouco de medo de estar entrando numa onda sem volta.
- Será que minha mente ficará presa aos 140 caracteres? E quando eu tiver que falar mais, dizer mais coisas? Terei que recorrer a ferramentas como o twitlonger? Haverá instrumentos para as minhas palavras ou tudo será dito a partir de tweets limitados?
Os pensamentos começavam a atormentá-la. Não era nada que lhe tirasse o sono, mas era uma preocupação real, palpável, factível. De repente, para ela, tudo poderia ser reduzido e falar, exressar ou pensar mais do que 140 caracteres poderia parecer desperdício.
Estava tão impaciente para longos colóquios que, ao telefoe, quando lhe começavam com mais delongas, limitava-se a responder;
- Tá... Tá bom... Ok... Tudo bem... E do outro lado do aparelho rezava para que a discussão se encerrasse o mais breve possível para que não tivesse que falar mais.
Está certo e claro que ela nunca fora de discussões, muito menos aquelas compridas e intermináveis. Sempre tivera uma enoooooooorme preguiça para debates longos, troca de opiniões e principalmente brigas.
para ela, brigar dave trabalho, cansava, significava desperdício...
Numa discussão, até começava animada, entusiasmada, mas, quando percebia que o outro era feroz defensor de suas idéias e não lhe abriria brecha para pontuar o lado oposto, resignava-se, pensando:
- estou perdendo tempo. Essa discussão não vai levar a nada... E, mais do que imediatamente, dizia: ok, está bem.... E terminava a discussão.
O outro ainda insistia:
- mas... e isso? E aquilo?
- Não, não, está bem! Você tem razão... E encerrava o papo.
Claro que o outro percebia que ela não se convenceu. A preguiça e o enfado dela para continuar aquela conversa sem perspectiva era maior do que qualquer ânimo para alimentá-la e realmente ela editava a discussão colocando um ponto que podia não ser definitivo, mas era um ponto e àquela altura e isso lhe bastava.
Claro (também) que há discussões e discussões. Mas tinha, sempre, a tendência de ‘editar’ e reduzir a mensagem o máximo possível.
- A 140 caracteres talvez. Pensou rindo-se de si mesma.
Com os filhos, muitas vezes o embate chegava ao ponto:
- Acabou a discussão, ponto final, e é isso.
Tinha para ela que numa relação mãe e filho havia momentos em que a discussão não cabia, muito menos a negociação e a relação tinha mesmo que ser ditatorial cabendo à ela colocar o ponto final.
Mas, enfim... Tudo isso ela sabia. O que a incomodava no momento era a forte tendência em reduzir tudo o que queria dizer a 140 caracteres, de forma direta, reta e sem rodeios.
Estaria tiwttando sua vida, seu modo de ser, seus pensamentos e relações? Assustara-se com essa perspectiva e por um momento pensara e se auto definira:
Se quiser saber quem eu sou, não me pergunte. Sinta-me. Agora, vê? Estou falando. Não ouve? Acho que perdeu os sentidos.
Foi um comentário despretensioso e que terminou virando um 'post' no blog do meu amigo Romoaldo de Souza, Café & Conversa. Eu li o mural da minha amiga de faculdade Patrícia Mezzaroba um comentário sobre a secura que nos castigas por essas bandas do Planalto Central e... Pronto! Virou o Post do Romoaldo.
Mas, estou aqui para falar que coincidentemente, ontem, ao almoçar com minha grande amiga Tina Lemos, no C’est si bom, da 409 sul, vimos a alegria dos passarinhos ao se deleitarem na água que saía da mangueira para molhar a grama. Não agüentei e filmei a alegria do animado passarinho que se deleitava e se esbaldava nos fios de água que saíam da mangueira.
Claro que ficamos com muuuuuuuuuuuuuuita inveja do passarinho. Ele podia fazer aquilo e a nós restava observar e nos recolher à nossa insignificante condição humana que, na maioria das vezes, nos enche de regras, normas e conceitos que nos impedem de fazer algo tão simples como se esbaldar num fio de água.
Aos que não gostam muito de seguir as convenções e normas: façamos como os pássaros. Eles são livres para voar e se esbaldar, refrescando-se na água enquanto a secura nos castiga. veja o vídeo:
Como esquecer um grande amor? E mais: a perda desse grande amor? O novo filme de Ana Paula Arósio, que leva justamente o nome “Como Esquecer" fala sobre o sofrimento de uma professora universitária de literatura inglesa em superar o fim de uma intensa relação amorosa.
Júlia, personagem de Ana Paula Arósio é homossexual e foi abandonada por sua companheira, Antônia, depois de dez anos de relacionamento. Este blog conversou com a diretora de “Como Esquecer”, Malu di Martino.
Malu explica que o filme conta uma história que mais do que a homossexualidade, trata de vidas e seus conflitos. “Falamos de perdas na vida adulta” e que são tão comuns entre as pessoas.
O filme entre em circuito nacional no dia 15 de outubro, depois de estrear, em 30 de setembro, no Festival de Cinema do Rio. Mas, este blog adianta para você, telespectador, o que encontrará nas telas e as emoções que virão a partir dessa história de amor intenso.
Confira abaixo o nosso bate-papo com Malu di Martino
Blog:o que o telespectador encontrará nas telas quando for assistir ao Como Esquecer?
Malu: o “como esquecer” é um filme baseado em um livro chamado Como Esquecer, Anotações quase inglesas, de Miriam Campelo. Basicamente, o assunto principal dele são as perdas que sofremos na nossa vida adulta. A gente fala sobre a perda de um amor... De uma criança – tem um dos personagens que faz um aborto, que é a Lisa, interpretada por Natalia Lage...
O diferencial sobre o “Como Esquecer” é que dois dos personagens principais: o Hugo e a Júlia – vividos pelo Murilo Rosa e Ana Paul Arósio – são homossexuais e isso faz uma diferença no cinema atual porque você tem poucos filmes que passam por essa temática.
Blog: temática que a gente pouco vê nos cinemas e mais, o homossexualismo feminino. Como você vê a repercussão do filme?
Malu: espero que na verdade as pessoas gostem do filme, primeiro e principalmente como filme. Uma boa história a ser contada. Com relação a sexualidade, ela no filme não traz nenhum conflito. Não há conflito desses personagens por serem homossexuais. O que eu acho importante é que justamente isso possa parecer para o telespectador uma coisa comum. Não há diferença entre o sentimento de homossexuais e heterossexuais em minha opinião.
Ana Paula Arósio (Júlia), Murilo Rosa (Hugo) e Natália Lage (Lisa)
O que não há no cinema é que na maior parte dos filmes, os personagens homossexuais tem conflitos ou são estereótipos do que na verdade as pessoas pensam ou imaginam o que seja o homossexual.
O “Como Esquecer” não trabalha com isso. Ele na verdade tem personagens comuns, pessoas comuns que você vê todo o dia passando de um lado a outro e por acaso são homossexuais.
Eu espero é que tanto os heterossexuais como os homossexuais gostem do filme como um filme em si. Agora, de qualquer forma, o que eu imagino é que a comunidade GLBT é muito carente em se ver no cinema.
Blog: ainda mais de uma forma tão tranqüila...
Malu: exatamente. Eu acho que isso é muito bom para o filme e também para essa comunidade. Eu imagino que essas pessoas vão gostar de se ver retratada no cinema dessa forma: tranqüila, natural, sem conflitos e vivendo suas vidas como qualquer outro cidadão.
Blog: como você definiria a Júlia?
Malu: a Júlia é uma mulher comum, uma professora universitária de literatura inglesa que esta vivendo um momento muito triste da sua vida que é o da separação. O filme começa a partir da separação dela da companheira com quem vivia há mais de dez anos que é a Antonia.
Na verdade, Antonia não é uma personagem no filme. Ela é uma ausência e isso é importante. O que está acontecendo com a Júlia é a vivência dessa ausência. Então, a Julia é uma mulher ‘conflituada’ nesse momento em função dessa perda que tem sido para ela um motivo de grande sofrimento.
Cena do filme Como Esquecer (foto: Celso Pereira)
Blog: o filme é denso ou segue de uma forma leve?
Malu: ele não é denso nem leve. Quando você trata de um assunto como esse - que é a perda de um grande amor. Coisa que quase todo adulto ou se não viveu vai viver em algum momento de suas vidas - ele passa a ser um filme mais denso no interior das pessoas, no pensamento, do sentimento: está se passando dentro de uma dor, de algo que está acontecendo interiormente.
Porém, ele é um filme leve a partir do momento em que não tem nenhum conflito grande em relação à sexualidade e questões ligadas a ela. Eu diria que é um filme forte, mas não é triste. Ele mostra que a gente tem que superar as tristeza de alguma forma e que essa superação está dentro da gente e não vem de fora. Vem de dentro para fora e não o contrário.
Blog: como foi trabalhar com Ana Paula Arosio?
Malu: foi maravilhoso. Ela é a atriz dos sonhos. Eu costumo dizer que nem nos meus melhores dos sonhos eu teria escolhido uma atriz melhor ara fazer a Julia.
Ana Paula é uma pessoa super dedicada, super aplicada no sentido mais trabalhador da palavra. Ela realmente entra no personagem, compra de forma veemente. Nós trabalhamos muito, ensaiamos muito, para compor esse personagem e ela foi incansável para fazer o que eu tinha planejado.
Blog: O filme estréia em outubro?
Malu: o Filme estréia 15 de outubro nos cinemas, mas passa no dia 30 de setembro no festival do rio e em seguida entra em cartaz em circuito nacional.
por katia maia Tem coisas que são básicas num relacionamento. Eu cito como exemplo a confiança. Duvido que um relacionamento siga adiante se um dos atores envolvidos tenha sido passado para trás e/ou ludibriados. Essa é uma regrinha básica, imagino e defendo, para todo tipo de interação: pessoal, profissional e comercial.
A minha bronca é justamente com a comercial. Não entendo porque certos estabelecimentos insistem em tratar o cliente como alguém bobo ou idiota que não percebe que foi enganado.
Senti-me assim na noite passada e gostaria de registrar o fato...
Resolvi comprar uma pizza para meus filhos e eu comermos na casa da minha mãe. Algo como: estou pela rua, ligo para ‘mammy’ e pergunto se podemos fazer uma ‘visitinha’. Nesse caso, levaremos uma bela pizza para lancharmos, ok?
Ok!
Até o momento em que resolvi parar no restaurante Vila Colonial, na 112 sul. Tudo muito bonitinho, de bom gosto e aconchegante. Um local em que eu facilmente pararia para jantar, tomar um caldo (eles oferecem Buffet de caldos à noite) ou comer uma pizza.
Bom, eu parei. Parei e pedi uma pizza grande calabresa para viagem. Antes, me certifiquei:
- a pizza grande de vocês tem oito pedaços?
- sim, claro respondeu o garçom.
- Então, ta. Quero uma de calabresa.
Fui pagar (R$ 31,00 + R$ 2,00 da embalagem = R$ 33,00). Confesso que achei meio caro, mas, paguei, tendo em vista que o lugar é bem legal e me parecia ter um produto saboroso. Aliás, meus filhos já haviam jantado no local com o pai e me garantiram que a pizza era realmente boa.
- a massa é fina, como você gosta mãe. Disse-me o meu filhote mais velho. Acreditei.
A pizza realmente é boa, o problema foi o tamanho!
A pizza bóia na embalagem para pizza GRANDE
Quando cheguei à casa da minha mãe e vi a circunferência da pizza, me senti enganada. Realmente, ela tinha oito pedaços, mas a que preço! As fatias eram tão curtas que pareciam ter sido cortadas pela metade.
A pizza, de tão pequena, boiava na embalagem de papelão.
Bom, a verdade é que me senti passada para trás. Essa de ganhar mais às custas do volume reduzido do produto, para mim é falta de respeito com o consumidor.
Bom, resumo da ópera: comemos a pizza economicamente. Para a fome de dois adolescentes, tive que abrir mão de minha fatia e minha mãe idem. Ao final, eu disse aos meus filhos:
- sabem quando a gente volta a comer no Restaurante Vila Colonial? Nunca! Eles perderam a oportunidade de cativar o cliente com um produto justo e honesto. Pronto, falei!.