Costumava contar tudo. Para onde ia tinha a eterna mania de contar, contar, contar... Se subia uma escada, pegava-se contando os degraus. Quando entrava no carro, olhava logo a quilometragem para calcular a distância entre sua casa e o trabalho, entre sua casa e a casa da sua mãe, entre um ponto e outro. E fazia isso inúmeras vezes, com os mesmos percursos, trajetos, roteiros.
Contava quantas vezes a mensagem de preparo do café aparecia no visor da máquina da bebida enquanto preparava o seu espresso longo, curto, cappuccino, com leite, com chocolate e por aí vai.
Quando saía para fazer exercícios físicos, nem se fala! Contava os passos, os metros, os quilômetros. Marcava os pontos onde coincidia exatamente o primeiro quilômetro, o segundo, o terceiro. E assim caminhava a humanidade.
A vida era um tabuleiro de números, cálculos, perspectivas matemáticas. Adorava ver placas de carro e descobrir quais eram divisíveis por onze. Isso porque quando estava no ginásio (na sua época o sistema de ensino brasileiro dividia-se entre jardim, ginásio e segundo grau) que dizia que somando os números alternadamente e subtraindo do resultado a soma dos outros inter
Contava quantas vezes a mensagem de preparo do café aparecia no visor da máquina da bebida enquanto preparava o seu espresso longo, curto, cappuccino, com leite, com chocolate e por aí vai.
Quando saía para fazer exercícios físicos, nem se fala! Contava os passos, os metros, os quilômetros. Marcava os pontos onde coincidia exatamente o primeiro quilômetro, o segundo, o terceiro. E assim caminhava a humanidade.
A vida era um tabuleiro de números, cálculos, perspectivas matemáticas. Adorava ver placas de carro e descobrir quais eram divisíveis por onze. Isso porque quando estava no ginásio (na sua época o sistema de ensino brasileiro dividia-se entre jardim, ginásio e segundo grau) que dizia que somando os números alternadamente e subtraindo do resultado a soma dos outros inter
calados, se o resultado desse zero ou onze, ali estava um divisível por onze.
Adorava essa fórmula porque aprendera, aplicara (inutilmente, está claro) e descobrira em seu primeiro vestibular que a sua obsessão pela regrinha tinha justamente caído em uma das questões que ela respondeu corretamente com muito orgulho, diga-se de passagem.
Pois bem, assim era a vida dela: contar... Contar... Contar. Contou as semanas, os dias, as horas para ter cada um dos seus dois filhos. Contou cada um de seus aniversários. Mas, antes, contou cada semana, cada mês de vida que desfrutava da companhia dos seus melhores projetos. Fez isso até que os dois tiveram mais dois e aí começou a contar também a vida dos netos.
Conta mama conta hahahahaha :p
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