Eleição é mesmo uma coisa engraçada. É a hora em que realmente valem as máximas: de qual verdade você está falando, a minha ou a sua? Qual leitura você faz desse ou daquele fato? Você quer que eu fale bem ou fale mal de Cristo?
Sim, é isso mesmo. Uma questão de falar mal ou bem de Cristo. Não importa quem é o personagem, qual é o fato. Há redatores, publicitários, uma equipe inteira empenhada em falar bem ou mal da mesma coisa – ao gosto do freguês ou cliente.
E assim, dessa mesma forma, acontece com as pesquisas. É incrível! Pesquisa serve até o momento em que se está bem na foto. Se o resultado é desfavorável é porque a pesquisa ainda não está captando o que realmente reflete a realidade ou, quem sabe (outra desculpa) é porque ela foi aferida num momento em que os blocos não estão todos nas ruas e, mais, na TV!
A última pesquisa divulgada, Ibope, mostrou a candidata no PT à presidência Dilma Roussef, cinco pontos percentuais à frente de seu principal concorrente José Serra, do PSDB. Nesse momento claramente desfavorável para Serra o comando de sua campanha tenta justificar a desvantagem afirmando que a pesquisa foi feita no momento em que o eleitor ainda não tem bases concretas para avaliar.
O comando de campanha de Serra acredita que a situação irá se reverter quando o eleitor começar a ter contato com campanha na TV e começar a julgar propostas, conteúdos e currículos dos candidatos. Bom, cada um faz a leitura da realidade como convém.
Agora, corta, edita e vamos para São Paulo onde é o PT que esperneia contra o Ibope. O candidato tucano Geraldo Alckimin aparece com 35p.p. à frente de Aloizio Mercadante, candidato petista ao governo do estado. Lá, é o PT que critica Ibope e diz que não faz leitura fiel da realidade.
Lá, o PSDB lidera com 50% das intenções de voto e aí pesquisa vale, para os tucanos, porque para os petistas, “o Ibope não vem de uma boa tradição”, como declarou e desqualificou o coordenador da campanha de Mercadante, Emídio de Souza.
E por aí vai. A cada estado, uma realidade, uma leitura...
E então, qual a sua leitura de pesquisa? Vê-se que os números servem quando são bons e devem ser descartados quando são desfavoráveis. E então: pesquisa, para quê pesquisa? Pesquisa para quem precisa de pesquisa...
Katia, esse negócio de pesquisa é tão complicado de entender. O mais curioso dessa eleição foi quando Vox Populi e Datafolha soltaram pesquisas em datas bem próximas, mas com resultados bem distintos. Eu, sinceramente, não sei por que dão tanto valor a essas pesquisas. Na minha opinião, esses números nem deveriam ser divulgados, deveriam ser apenas utilizados internamente pelos partidos. No meu pouco conhecimento sobre os verdadeiros efeitos das pesquisas, só vejo uma finalidade para esse tipo de divulgação ao público: influenciar eleitor.
ResponderExcluirJá trabalhei em campanhaes eleitorais e o que mais me impressionava era a forma como faziam a leitura das pesquisas. havia sempre um jeitinho de achar que não era bem asim. havia umas pesquisas internas (inclusive) que apontavam resultados bem distintos dessas divulgadas p/o grande publico. Eram as pesuisas qualitativas.
ResponderExcluirBom, tb tenho minhas restrições às pesquisas e acho que elas terminam influenciando o eleitor que muitas vezes abre mão do seu cadidato porque a pesquisa mostrou que ele não tem chance alguma.
///~..~\\\
Pesquisas também servem para induzir os indecisos e os "tanto faz" ao voto. E esses somam uma grande fatia do mercado, opa eleitores!
ResponderExcluirVocê chegou exatamente ao ponto! Já perdi as contas de quantas pessoas que eu ouvi falando que não vota em "fulano" por que ele não tem chance nenhuma. Acho que isso causa um enorme prejuízo para a democracia (fora o prejuízo para o próprio candidato, que perde milhares de votos à toa).
ResponderExcluirAlém do que, na minha opinião, o modo como são elaboradas algumas perguntas das pesquisas também podem influenciar as respostas dos entrevistados, atrapalhando uma real constatação da preferência.
Vc disse bem Paulo: mercado, opa, eleitores!No fundo, é assim que a coisa funciona!
ResponderExcluir///~..~\\\
E assim anderson... a eleição torna-se plebiscitária com apenas dois candiatos mais fortes e com chances perante os olhos od eleitor.
ResponderExcluir///~..~\\\
As pesquisas influenciam o "voto de conveniência", que acontece em duas situações:
ResponderExcluira) existem eleitores que não admitem "perder o voto". Por isso, só votam em quem tem chance real. E se gabam disso.
b) quando, de forma estratégica, o eleitor opta por ajudar o candidato "menos mal" a superar o "pior", já que o candidato de sua preferência não tem qualquer chance.
As divergências de resultado entre grandes institutos realmente existem, mas são amparadas pelas chamadas "margens de erro". A estatística é sábia: a qualidade do trabalho depende de quanto ($) se investe nele. Quanto mais profunda e ampla a pesquisa, menor a margem.
:-)